Os homens do rei em Angola: sobas, governadores e capitães mores, sécs. XVII e XVIII

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Carvalho, Flávia Maria de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/219
Resumo: Nossa pesquisa tem como objetivo analisar as relações travadas pelos governadores portugueses enviados às possessões portuguesas da África Centro Ocidental, principalmente de Angola e Benguela, durante os séculos XVII e XVIII. Temos como meta compreender o processo de expansão das áreas controladas pelos funcionários da Coroa, com ênfase as relações estabelecidas junto às chefias dos sertões, os chamados sobas. Analisamos também a formação e a dinâmica política e cultural desses sobados, buscando trazer para a discussão personagens até então pouco considerados pela historiografia, como macotas, tandalas, ngolamboles e mafougnes. Utilizamos como ferramenta para compreender as etapas de entrada dos portugueses junto à regiões estratégicas para a captação de escravos, os autos de vassalagens – termos de compromisso impostos aos sobas derrotados militarmente pelos portugueses e suas tropas aliadas. Observando a trajetória dos avassalamentos é possível mapear a geografia das áreas que passaram a ser submetidas às intenções da Coroa Portuguesa. Localizamos o texto completo de um total de doze autos de vassalagem entre os séculos XVII e XVIII cuja lista se encontra em anexo. Desses autos dez estão publicados e dois são manuscritos inéditos que localizamos na documentação do Arquivo Histórico Nacional de Angola e outro na Coleção Lamego no acervo do IEB-USP. Em outra etapa de nossa pesquisa analisamos os impasses vivenciados pela metrópole portuguesa que pretendia se modernizar, e que tem nas Reformas Pombalinas seu ícone de modificações nas diretrizes de sua política ultramarina, mas que ao mesmo tempo mantinha a mercantilização dos corpos escravos como a sua principal atividade econômica. Nesse ambiente a historiografia portuguesa exaltou os feitos do governador português encarregado de administrar Angola no período entre 1762 e 1774, lido por autores como o grande reformador de Angola. Em nossa pesquisa questionamos essa forma de interpretar as práticas governativas do dito governador, considerando que seus feitos se limitaram muito mais a manifestações propagandísticas, típicas de uma política ilustrada. Em síntese analisamos os desdobramentos das Reformas Pombalinas analisando gestões posteriores ao governo de Dom Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho.