O Direito ao uso da Língua Mbya como ato político e de reexistência: um olhar glotopolítico sobre o contexto das Aldeias Guarani Mbya em Maricá-RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Farina, Luciana Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29145
Resumo: A emergência dos movimentos étnicos e dos novos direitos, dentre eles o direito linguístico, tem ampliado as pautas de luta das minorias linguísticas e o reconhecimento de direitos. O Brasil sempre foi um território plurilíngue, no entanto, o legado de desigualdade e injustiça sociais e a episteme eurocêntrica do colonialismo têm produzido generalizações, reduções e mesmo distorções sobre a história sociolinguística brasileira. Com o enfoque no reconhecimento do direito dos indígenas à diferença e ao uso de suas línguas, a presente pesquisa busca investigar as ações glotopolíticas voltadas para o reconhecimento e uso da língua guarani mbya nas aldeias Ka’aguy Hovy Porã (Aldeia Mata Verde Bonita) e Pevaé Porã Ará Hovy Py (Aldeia Sítio do Céu), em Maricá, município da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, identificando os diversos agentes envolvidos. Por meio da perspectiva Glotopolítica (GUESPIN; MARCELLESI, 1986; LAGARES, 2018; DEL VALLE, 2017), em abordagem metodológica qualitativa-interpretativa de cunho documental, reunimos narrativas indígenas desses grupos, das quais encontram-se fragmentadas em múltiplos espaços de enunciação, a fim de reforçar como as estratégias de resistência às diferentes formas de dominação se revestem também em luta linguística. Como resultado desse estudo, verificamos que, apesar de atos de violência presentes no município contra os guarani, há, por outro lado, um conjunto de esforços e mobilizações indígenas e não indígenas constantes que trabalham em direção ao reconhecimento e efetivação dos direitos indígenas, como o respeito às suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.