Vagar sem pressa no esconderijo da vida alada: em busca da alma na educação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Seixas, Cristiana Garcez dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15707
Resumo: Pesquisas e estudos que abordam a formação docente mostram que os caminhos e experiências culturais dos professores, vividos fora da escola, são limitados, e são escassos os espaços-tempos para a vivência de conhecimentos da ordem do sensível e do artístico-cultural no seu percurso escolar. Diante da aridez constatada, esta pesquisa parte da questão-incômodo: onde serão cultivadas essas dimensões do conhecimento, inclusive apontadas como necessárias pela legislação, para promover a formação da inteireza do professor? Tendo por objetivo analisar contribuições de espaços poéticos, simbólicos e expressivos na formação de professores da Educação Infantil, a pesquisa discute potencialidades de narrativas de si engendradas no processo criativo. Para a produção dos dados, foi projetado o “Estúdio do Sensível”, com a participação de oito professoras de Educação Infantil de escolas públicas. Desenvolvido através de dez encontros com duas horas de duração cada, o trabalho privilegiou a utilização de recursos da arteterapia, dança circular, biblioterapia e escrita criativa. Os dados para análise foram produzidos por meio de notas de pesquisa, fotografias e material expressivo criado pelas participantes. Um caderno de ressonâncias das participantes, como espaço de narrativas pessoais, foi proposto como um convite a comporem narrativas e reflexões dos processos vivenciados; alguns trechos de tal caderno, disponibilizados pelas autoras, fazem parte dos dados discutidos. As abordagens (auto)biográficas, das histórias de vida e formação foram apoios teóricos para as discussões sobre formação, memorial e escrita de si. Para dar sustentação ao trabalho com imagens e símbolos, foram utilizados pressupostos teórico-metodológicos da psicologia analítica e arquetípica. A pluralidade literária, dimensão ativa na formação da pesquisadora, foi adotada como fio condutor a entrelaçar reflexões e sentidos murmurados. Das narrativas textuais e imagéticas, foram iluminados, pela relevância identificada no contexto, os temas do “erro” e do “silêncio”, os símbolos da “árvore” e “pássaros/asas”, além do arquétipo do Puer. Na análise, o silêncio revelou-se como condição de acesso aos mananciais interiores; o erro, inerente aos processos de aprendizagem, mostrou-se como elemento que precisa ser ressignificado nos percursos docentes; os símbolos da árvore e pássaros/asas, como estruturantes no caminho da individuação, e o Puer, como veículo de resgate da alma, mostraram-se fecundas referências para a formação e a transformação docente. O ninho construído através do formato do “Estúdio do Sensível” poderia inspirar propostas de formação continuada de professores, gerar respiro, sentido e vidas aladas, pois, tanto na forma quanto no conteúdo que fez emergir, mostrou-se como fonte potente para o resgate da alma na educação