Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Contrera, Julia Maria de Aguiar Duarte |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/5886
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Resumo: |
A Bacia Amazônica é um importante agente de influência das mudanças climáticas, podendo atuar tanto como sumidouro quanto como emissor de CO2 para a atmosfera. Existem diversos estudos sobre a atuação de sistemas Amazônicos na ciclagem de carbono. Entretanto estudos relacionados à atuação de planícies alagadas amazônicas a cerca do acúmulo de carbono ainda são muito escassos. Nesse contexto o presente trabalho tem como objetivo avaliar as mudanças paleohidrológica, paleoclimáticas que ocorreram no Lago Airo durante os últimos 13 mil anos e como essas mudanças afetaram o acúmulo de carbono em um sistema lacustre localizado na Sub-bacia do Rio Negro. Nesta área de estudo foi coletado um testemunho denominado AIRO12/01, com 1,46 cm de comprimento que apresentou ao longo dos últimos 13300 anos cal AP três fases distintas de sedimentação. Durante o período entre 13300 anos cal AP a 11700 anos cal AP o lago constituía um canal do Rio Negro, durante esse período foi observada a ocorrência de um clima úmido na região evidenciada pela granulometria arenosa (Argila: 0,2%, Silte, 0,1% Areia: 99,63%) que indicou forte influência fluvial. Em 13300 anos cal AP foi observado um evento de sedimentação abrupta que pode ser consequência de fortes chuvas ou pelo aumento da vazão do Rio Negro. Os baixos valores de pigmentos sedimentares (média de 2,9 SPDU) indicaram baixa produtividade lacustre que ocorre devido a forte influência fluvial. Os valores de δ13C indicaram uma maior contribuição de plantas terrestres na constituição da matéria orgânica lacustre. A forte influencia do Rio Negro sobre o lago neste período também foi registrada através de altos valores de C/N (valor médio de 49,4, como reflexo da influência de ácidos húmicos característico deste sistema fluvial) e valores de 15N próximos a zero (representativo de forte entrada de material terrestre). Devido a forte influência que o Rio exercia sobre o lago os valores de COT encontrados eram baixos (média de 1,37%). O período entre 11700 e 3000 anos cal AP foi marcado por evidencias de clima mais seco, com um aumento da concentração de micropartículas de carvão com media de 104 μm² e evidência de atividade eólica observada a partir de analise estatística. Contudo foram observados valores mais elevados de pigmentos sedimentares (média de 8,72 SPDU) e uma leve elevação dos valores de COT (média de 2,90%) que sugerem um período de semi-isolamento do Rio. A granulometria nesse período continua arenosa, mas com uma pequena variação na proporção de seus constituintes (Argila: 1,57%; Silte: 5,18%, Areia:93,24%) . Durante os últimos 3000 anos cal AP é possível observar condições climáticas mais úmidas neste registro sedimentar, evidenciadas pelo aumento da concentração de pigmentos sedimentares (média de 13 SPDU) e do COT (média de 34%). A análise granulométrica torna-se mais siltosa (Argila: 13,10%, Silte: 78,31%, Areia: 8,59%) e a razão C/N apresentou acentuado decréscimo (média de 31,2), indicando que a influência fluvial diminuiu a partir desse período. Com a diminuição da influência fluvial foi observado o aumento da produtividade lacustre a partir do aumento do δ15N. O isolamento do lago em relação ao rio pode ter ocorrido devido ao aumento da umidade na região que permite o desenvolvimento da vegetação no entorno do lago Airo como é observado nos dias atuais. A partir do Holoceno Superior também é observado o aumento na concentração de micropartículas de carvão (valor médio de 3x106 partículas por grama) e do tamanho médio das partículas (644 μm²), que podem indicar atividade humana no local. |