Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Luciane Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/7343
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Resumo: |
As variações paleoclimáticas e paleohidrológicas ocorridas ao longo do Holoceno foram reconstruídas através de análises semi-quantitativas dos argilo-minerais, determinação da concentração elementar de carbono (carbono orgânico total (COT)) e nitrogênio (nitrogênio total (NT)), composição isotópica do carbono e nitrogênio (δ13C e δ15N), determinação da concentração de pigmentos sedimentares, identificação e quantificação de diatomáceas planctônicas do gênero Aulacoseira sp e concentração de glicerol dialquiltetraéteres (GDGTs) em seis testemunhos sedimentares coletados em lagos de várzea amazônicos, a fim de avaliar como o Rio Amazonas influencia os processos sedimentares destes ecossistemas. O Lago Comprido, situado próximo a Monte Alegre, Pára, é caracterizado por conexão indireta com o Rio Amazonas, e apresentou características contrastantes com os outros lagos ligados diretamente ao Rio. Entre 10.300 e 7.800 anos cal AP a ocorrência de clima mais seco evidenciado por baixos valores de COT (média de 0,4%) e de clorofila sedimentar (média de 0,32 USPD) concomitante com o desenvolvimento de vegetação C4. Uma interrupção da sedimentação ocorreu entre 7.800 e 3.000 anos cal AP devido a baixos níveis lacustres, correspondendo à fase seca do Holoceno Médio. A partir de 3.000 anos cal AP o regime hidrológico mudou significativamente, revelando condições climáticas mais úmidas na região, refletidos pelo aumento da produtividade do lago conforme demonstrado pelo aumento gradual de COT (média de 9,3%), clorofila sedimentar (média de 4,1 USPD) e forte presença da diatomácea planctônica Aulacoseira sp. As características atuais deste ambiente lacustre mostram que ocorre constante entrada de material fluvial, responsável pelo aumento do nível lacustre, e da bacia de drenagem, responsável pelo aporte de vegetação do tipo C3. O Lago Santa Ninha está situado próximo a cidade de Óbidos, Pará, e apresenta ligação direta com o Rio. Entre 5.600 e 5.000 anos cal AP este lago apresentou evidencias de reduzida influência do Rio Amazonas, como sugerido pelo baixo teor em esmectita (média de 26,3%) em contraste com elevada concentração de caolinita (média de 45,6%) e elevado COT (média de 8,5%), preservados devido à baixa influência fluvial. A partir de 4.000 anos cal AP até o presente, as características mineralógicas e orgânicas mostram elevado transporte de material fluvial para o ambiente lacustre, revelados pelo alto teor em esmectita (média de 40%) e quartzo (13,3%), além de baixo COT (média de 1,7%) devido à diluição provocada pela influência do Rio, além de matéria orgânica de origem fitoplanctônica. O terceiro lago em estudo é o Lago Maracá, atualmente ligado diretamente ao Rio Amazonas através de diversos canais. No entanto, entre 3.600 e 1.880 anos cal AP a baixa concentração de esmectita (média de 12,4%) sugere a ocorrência de um lago semi-isolado com reduzida influência do Rio Amazonas. Os valores de δ13C e δ15N, e elevados teores da razão C/N (média de 18,5) e GDGTs ramificados (média de 504 μg/gCOT) sugerem presença de vegetação C3 e matéria orgânica do solo transportados diretamente da bacia de drenagem. O evento de sedimentação abrupta ocorrida em 2.700 anos cal AP marca transição para condições climáticas mais úmidas nesta região. No entanto, após 1.880 anos cal AP uma mudança significativa no perfil mineralógico foi observada através do aumento significativo da presença de esmectita (média de 39,4%). Baixos valores da razão C/N (média de 9), COT (media de 2,4%) e GDGTs ramificados (83 μg/gCOT) acompanhados por d15N mais elevado (média de 2,5‰) sugerem que elevado input fluvial, responsável por níveis lacustres mais elevados e desenvolvimento de fitoplâncton. Estes resultados mostram que os processos sedimentares e orgânicos nos lagos de várzea são fortemente influenciados pela hidrodinâmica do Rio Amazonas, que por sua vez está relacionada a variações climáticas regionais. |