Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Fontes, Daiana |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/6823
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Resumo: |
Análises palinológicas são de grande importância na reconstituição da vegetação e do clima ao longo tempo. O Lago do Saci, onde foi coletado um testemunho com 2,42 m de profundidade, encontra-se ao sul do Pará, em uma região sob influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), favorecendo o reconhecimento da dinâmica paleoambiental e paleoclimática desde os últimos 35.000 anos cal A.P. Foram estabelecidas seis zonas, fundamentadas pelas análises de agrupamento através do programa CONISS e pela variabilidade ecológica dos tipos polínicos. Essas zonas também foram apoiadas pelos dados sedimentológicos e geoquímicos obtidos do testemunho Saci-1. Os resultados apontam um período com baixa precipitação na Amazônia durante o Pleistoceno Superior, entre 35.000 e 29.870 anos cal A.P. (zona SA-Ia), favorecendo a expansão da Savana Herbácea e a redução das florestas. As macrófitas aquáticas, do gênero Sagittaria, ocorriam nas margens do lago e contribuíram com o aumento da produtividade. Porém, entre 29.869 e 18.190 anos cal A.P. (zona SA-Ib), as condições de seca foram mais pronunciadas, quando comparada com o período anterior, resultando na redução dos representantes de Sagittaria, devido a exposição em solo seco quando o nível da água diminuiu. A Savana Herbácea predomina ainda nesse período, enquanto que a frequência dos taxa de floresta permanece baixa. A partir de 9.170 a 7.600 anos cal A.P. (zona SA-II), as condições climáticas tornam-se mais úmidas e com temperaturas elevadas, evidenciadas pela expansão da floresta e pelo aparecimento da palmeira Mauritia. Porém, durante o Holoceno Médio, entre 7.600 e 4.490 anos cal A.P. (zona SA-III), ocorre redução das mesmas e aumento de Poaceae. O aumento na frequência dos tipos polínicos referentes à Savana Lenhosa, principalmente Byrsonima, Curatella e Anadenanthera, caracterizam um clima sazonal e podem indicar eventos de queimadas. Para alguns autores, isso pode ter sido resultado da localização mais ao norte da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), proporcionando maior umidade ao norte e seca ao sul da bacia amazônica. A presença das algas Zygnematales, típicas de águas rasas, também sugere um clima com baixa precipitação. A umidade volta a aparecer entre 4.490 e 1.740 anos cal A.P. (zona SA-IV), influenciando na expansão da floresta, principalmente de Mauritia e de outras espécies adaptadas às inundações. Contudo, os taxa de Savana Lenhosa e de Savana Herbácea foram reduzidos neste período. Entre 1.740 e 1.305 anos cal A.P. (zona SA-V), os grupos mais representativos da floresta, tolerantes à redução da precipitação e da umidade do solo (principalmente Alchornea e Moraceae-Urticaceae) prevaleceram, constituindo a Floresta Pluvial Amazônica de Terra Firme. Contudo, Celtis e Mauritia foram restringidas,assim como Poaceae e os representantes de Savana Lenhosa, como respostas às condições climáticas menos úmidas, quando comparadas com a zona anterior (zona SA-IV). |