Descrição do perfil demográfico, clínico-epidemiológico das pacientes com linfedema por obstrução tumoral associado ao câncer de mama do Hospital do Câncer III / INCA / MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Nunes, Paula de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/9252
Resumo: O linfedema é um extravasamento de líquido tissular por falha da drenagem linfática, geralmente em uma ou mais extremidades, e pode ser classificado em primário e secundário. O secundário ocorre no sistema linfático previamente normal, podendo desenvolver-se devido a obstrução tumoral metastática. Neste caso, é um tipo de alteração decorrente de diagnóstico tardio e estágios avançados do câncer. Em cuidados paliativos do câncer de mama, pelo aumento do volume tumoral, pode haver obstrução do sistema linfático e conseqüente acúmulo de líquido intersticial. O objetivo geral do presente trabalho foi descrever as variáveis relacionadas às características demográficas e clínico-epidemiológicas das pacientes com linfedema secundário por obstrução tumoral atendidas no Hospital do Câncer III / INCA / MS, no período de janeiro de 2006 a julho de 2009. A prevalência estimada do linfedema por obstrução tumoral no Serviço de Fisioterapia do Hospital do Câncer III/ INCA foi de 12%. A maior parte das pacientes era casada ou vivia com companheiro, e grande parte apresentou baixo grau de escolaridade, era "do lar" e apresentou sobrepeso e obesidade. Mais da metade fez uso de métodos contraceptivos, detectou o câncer de mama através do auto-exame e foi diagnosticada de câncer de mama nos estadiamentos mais avançados (III e IV). Quase metade da amostra realizou algum tipo de aborto (artificial ou fisiológico). A quimioterapia paliativa foi o tratamento mais realizado, e a maioria das pacientes não realizou tratamento cirúrgico. A maior parte dos óbitos foi na faixa etária de 50 a 60 anos. Os tratamentos fisioterapêuticos empregados para o linfedema por obstrução tumoral foram o enfaixamento compressivo e o uso de luvas/braçadeiras. Houve uma adaptação da Terapia Física Complexa (TFC) visando à redução do volume, melhora dos sintomas associados, melhora da auto-estima e conseqüente qualidade de vida. Os tempos médio e mediano estimados de sobrevida do diagnóstico do linfedema por obstrução tumoral ao óbito foram 529,6 dias (1,4 ano) e 427 dias (1,2 ano) respectivamente. Se contabilizados a partir do diagnóstico de câncer, os tempos médio e mediano estimados de sobrevida foram 1942 dias (5,3 anos) e 1298 dias (3,5 anos) respectivamente. Tais resultados corroboram que o linfedema por obstrução tumoral é um sinal de mau prognóstico no que se refere à sobrevida