Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Barcelos, Eduardo Álvares da Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/28399
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Resumo: |
Desde o início do século XXI um conjunto de mudanças nas dinâmicas política e geoeconômicas da América Latina impulsionaram transformações significativas nas relações do continente com o mundo, especialmente com a ascensão de novos centros de poder. Um dos processos mais importantes foi a sistemática de expansão dos países latinoamericanos no plano geopolítico mundial por meio do mercado de commodities. Este fenômeno contribuiu para o aprofundamento das disputas em torno da valorização e do controle de recursos naturais, por um lado, e para a crescente territorialização de conflitos ambientais estabelecidos pela agenda de desenvolvimento, por outro. Especialmente no Brasil, este processo significou a expansão do grande capital por meio da implantação de grandes projetos de desenvolvimento (obras de infraestrutura, de energia e setor extrativo), apoiados no acesso a insumos baratos e na apropriação de terras, dando sequência a um estado/movimento de mutações/crises locais-regionais que desembocaram na problemática dos conflitos ambientais em torno de novas fronteiras extrativas conformadas sob tensão. A abertura dessas novas fronteiras tem reposicionado e dado amplitude às dinâmicas de expropriação territorial e as formas de dominação envolvendo o controle do território. Os registros têm mostrado a imposição desigual de danos e riscos sociais e ambientais; deslocamento da poluição e de atividades tóxicas para bairros, distritos e cidades periféricas; remoções e reassentamentos compulsórios como expressão da política de “enclaves territoriais”; mudanças nos sistemas de uso das terras de populações locais, relações de trabalho precarizadas, e um léxico complexo e heterodoxo de movimentos contestatórios e críticos ao padrão que vem se impondo. Mergulhado neste contexto, o objetivo desse trabalho é analisar os processos de territorialização, os fenômenos sociais, ambientais e políticos que contextualizam essas novas frentes de expansão do grande capital em torno dos conflitos ambientais envolvendo grandes projetos. Como parte de uma geografia do poder que tem ao centro o controle da natureza e do território (terras, águas, minérios, populações) esta territorialização tem produzido territórios sacrificados e precarizados e uma sociedade cada vez mais dividida, onde diferentes modos de apropriação territorial (como trajetórias históricas e temporalidades distintas) se opõem e se contestam diante das mudanças instituídas, formando uma ordem/desordem territorial. A forma como este processo ocorre desloca as contradições sociais para novas fronteiras, produzindo novos antagonismos e subjetivações políticas que contestam a ordem instituída. Nessa pesquisa, tomamos como “caso ampliado” desse processo a implantação do Projeto Minas Rio, grande empreendimento do setor mínero-portuário localizado nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, considerado o maior do mundo em logística dutoviária. |