Fridericia chica (Bonpl.) L. G. Lohmann: efeitos na retina imatura com enfoque nas vias de sobrevida celular e no sistema adenosinérgico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Restier, João Gabriel Leal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36401
Resumo: A retina, uma importante estrutura pertencente ao sistema nervoso central (SNC), possui quase todos os sistemas de neurotransmissores e neuromoduladores, como a adenosina. A adenosina atua através dos receptores metabotrópicos A1, A2a, A2b e A3, que quando ativados, podem desencadear a ativação de vias de sobrevida celular. A isquemia é uma condição de interrupção do aporte sanguíneo que pode levar a morte neuronal na retina, muito presente em doenças como o glaucoma e a retinopatia diabética. Dessa forma, diversos fármacos são experimentados a fim tratar esses quadros de desregulação da homeostase celular. Os estudos com produtos naturais vêm crescendo e dentre eles, há a Fridericia chica (Bonpl.) L. G. Lohmann, conhecida como “crajiru”. As suas folhas são utilizadas pela população na forma de chás e extratos devido às suas propriedades curativas, e contém antocianinas como a carajurina e carajurona. São utilizadas para o tratamento de enfermidades como cólica intestinal, hemorragias, leucemia e anemia, e já demonstraram ações antioxidantes e anti-inflamatórias em alguns tipos celulares, porém, nada se sabe sobre seus efeitos nas células do SNC. No presente estudo, nosso objetivo foi avaliar o efeito dos extratos de F. chica nas vias de sobrevida celular em retinas de embriões de galinha em condições normais, e a sua capacidade de proteção em eventos de isquemia aguda. Para tal, ovos com quatorze dias embrionários foram injetados com 10, 15 e 20 mg/Kg do extrato acetato de etila e aquoso. Após dois dias de tratamento os animais foram eutanasiados e as retinas processadas para diferentes técnicas. Foi demonstrado que o tratamento por dois dias com o extrato acetato de etila de F. chica foi capaz de reduzir a fosforilação da ERK, aumentar a da AKT e agir de modo bifásico na fosforilação da CREB , reduzindo em 10 mg/kg e aumentando em 15 e 20 mg/kg. Dados preliminares demonstraram uma tendência de aumento na expressão dos receptores adenosinérgicos A1 e A2a. O tratamento com o extrato aquoso reduziu a fosforilação da ERK, aumentou a fosforilação da AKT e modulou de forma bifásica a CREB, aumentando em 10 mg/kg e reduzindo em 20 mg/kg. Além disso, o tratamento com 15 mg/kg aumentou a expressão da I2PP2A. No sistema adenosinérgico, o extrato aquoso reduziu a expressão dos receptores A1 e A2a, mas não afetou a expressão de ENT-1. A concentração de 15 mg/kg de extrato aquoso foi capaz de inibir a morte de células na retina induzida por privação de glicose e oxigênio por 50 minutos , contudo, essa proteção não se dá pela inibição da ferroptose. Esses resultados demonstraram um efeito protetor do extrato aquoso de F. chica, e essa proteção pode ocorrer através das vias de sobrevida celular e sua relação com o sistema adenosinérgico.