Ocorrência, resistência a antimicrobianos, fatores de virulência e relação genética de Enterococcus spp. isolados de infecções em pacientes assistidos no Instituto Nacional de Câncer/RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Bárbara Araújo dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6292
Resumo: O gênero compreende bactérias Gram positivas, oportunistas e causadoras de diversas infecções humanas. É um importante agente em infecções relacionadas ao ambiente hospitalar, apresentando resistência natural e adquirida a uma grande variedade de antimicrobianos utilizados na prática médica, além da expressão de vários fatores de virulência. Atualmente, a ocorrência de cepas multirresistentes como patógenos em indivíduos imunossuprimidos é motivo de grande preocupação. Em pacientes oncológicos, diante de seu estado imunológico alterado por quimioterapia, por exemplo, Enterococcus spp. constituem importantes agentes oportunistas. Então, o objetivo deste estudo foi determinar a ocorrência, o perfil de susceptibilidade a antimicrobianos, a presença genes associados à resistência a antimicrobianos e à virulência, além de analisar a diversidade genética de amostras de Enterococcus spp. isoladas de pacientes assistidos no Instituto Nacional de Câncer do Rio de Janeiro (INCA/RJ) durante um ano. Das 139 amostras submetidas ao teste de disco-difusão, 79 foram resistentes ou intermediárias a três ou mais classes de antimicrobianos, caracterizando perfil de multirresistência. A quinupristina/dalfopristina foi o antimicrobiano mais encontrado entre as amostras multirresistentes, seguido por eritromicina, tetracilina, rifampicina e ciprofloxacina. Entre as 77 amostras resistentes ou intermediarias à eritromicina no teste de susceptibilidade e submetidas à Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para verificação da presença de genes de resistência ao macrolídeo, 49 (35%) amostras apresentaram o gene ermB e 25 (18%) amostras apresentaram o gene ermA. Já aos aminoglicosídeos 44 (32%) amostras expressaram resistência a níveis elevados de aminoglicosídeos no antibiograma, sendo que dessas 44 amostras, 20% foram resistentes apenas à gentamicina (fenótipo HLGR), 48% à estreptomicina (fenótipo HLSR) e 32% resistentes a ambos os aminoglicosídeos. Contudo, apenas 30 apresentaram um ou mais dos sete genes de resistência pesquisados, em que ant(6)Ia, seguido do aph(3’)IIIa e aac(6’)Ie+aph(2”)Ia foram os mais frequentes. Já a PCR multiplex para pesquisa dos cinco genes de virulência (gelE, esp, asa, cyl e hyl) evidenciou que gelE, que codifica a gelatinase, foi o prevalente, sendo identificado em 47% das amostras, todas E. faecalis, e muito associado a amostras de infecções do trato urinário. Já os genes cyl (citolisina) e hyl (hialunoridase) foram menos frequentes, sendo este último gene verificado apenas em amostras de E. faecium. Para o MLST (Multilocus sequence typing), foram analisadas amostras provenientes de infecções graves/invasivas, como infecções no trato respiratório inferior, do sistema nervoso central e de corrente sanguínea e/ou amostras resistentes a altos níveis de gentamicina (HLGR) e/ou amostras de E. faecalis com resistência a penicilina. Observamos que houve uma maior heterogeneidade genética entre as 26 amostras de E. faecalis, sendo 18 amostras classificadas em 13 STs previamente descritos e outras sete amostras pertencendo a novos STs. Os complexos clonais CC2, CC40 e CC21, predominantemente disseminados em ambiente hospitalar, foram frequentes entre essas amostras. Com relação as 10 amostras de E. faecium, todas pertenceram predominantemente ao CC17. O gene de virulência hyl, além da resistência a ampicilina e ciprofloxacina foram características muito comuns a essas amostras. Os resultados obtidos no presente estudo permitiram concluir que as amostras de E. faecalis apresentaram um perfil de virulência e resistência heterogêneo, não havendo uma característica marcante entre as amostras de mesmo CC, quando comparados as amostras de E. faecium. No entanto, os marcadores de resistência e virulência detectados e a diversidade genética demonstrada entre as amostras evidenciam um potencial patogênico amplamente disseminado nesse grupo de pacientes.