Acumulação de Fe e Zn em Avicennia schaueriana e suas possíveis relações com a metalotioneína (MT), a glutationa reduzida (GSH) e o peróxido de hidrogênio (H2O2): estudo de caso em manguezais da Baia de Sepetiba.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ferreira, Henrique Cezar Cândido Xavier
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21734
Resumo: Esse trabalho tem como objetivo principal o de analisar as associações entre a metalotioneína (MT), a glutationa reduzida (GSH) e o peróxido de hidrogênio (H2O2) frente à diferentes conteúdos de Fe e Zn em tecidos de Avicennia schaueriana. Para este fim, investigou- se, os teores de Fe, Zn, GSH, MT e H2O2 nos mangues de Itacuruçá e do Saco do Engenho, ambos localizados na baia de Sepetiba (RJ). Foram coletadas amostras de folhas, caules e raízes em três pontos amostrais (1 em Itacuruçá e 2 no Saco do Engenho). Os conteúdos totais de metais foram determinados através de uma espectrometria de emissão atômica por plasma indutivamente acoplado (ICP-OES), enquanto os níveis dos biomarcadores foram aferidos através de espectrofotometria UV-Vis. Os resultados dos metais indicaram uma maior acumulação média nas folhas (Fe - F (2, 6) = 11,3 e p = 0,009266; Zn - F (2, 6) = 5,19 e p = 0,049206) e nas raízes (Fe - F (2, 6) = 11,3 e p = 0,009266; Zn - F (2, 6) = 5,19 e p = 0,049206) nas Avicennia schaueriana do Saco do Engenho quando comparada com as plantas de Itacuruçá. Além disso, constatou-se um maior acúmulo de Fe e Zn nas raízes de ambas as áreas estudadas, quando comparado com os outros tecidos e uma baixa capacidade de translocação destes elementos das raízes para a parte aérea (TFs < 1). Com relação aos biomarcadores, os dados analisados nessa dissertação apontaram valores significativamente diferentes nos teores de GSH entre os tecidos da A. schaueriana analisados, tais diferenças ocorreram para Itacuruçá (F (2, 6) = 5,37; p = 0,046088) e o ponto SE_2 (F (2 ,6) = 17,0; p = 0,003391). Os caules desses pontos apresentaram menores concentrações quando comparado com as folhas de Itacuruçá (Q = 4,4679; p = 0,0046) e com as folhas (Q = 5,3611; p = 0,0085) e raízes (Q = 8,0980 e p = 0,0039) do ponto SE_2. Além disso, o caule do ponto SE_2 aprensentou uma menor concentração quando comparado com Itacuruçá (Q = 4,6486 e p< 0,0068) e o ponto SE_1 (Q = 5,4093 e p < 0,0230). Já para o H2O2 verificou-se uma diferença significativa para as raízes (F (2, 6) = 5,70; p = 0,040991), com uma maior produção desta biomolécula no ponto SE_1 do que no SE_2 (Q = 4,6987; p = 0,0335). Observou-se, também, diferenças significativas para as concentrações de H2O2 no SE_1 (F (2, 6) = 8,60; p = 0,017312), com um maior teor nas raízes quando comparado com as folhas (Q = 5,3611; p = 0,0085) e os caules (Q = 8,0980; p = 0,0039). Atráves da análise de agrupamento e de correlação verificou-se que a Avicennia schaueriana do Saco do Engenho implementam diferentes estratégias, das observadas para as plantas de Itacuruçá, para lidar com a maior acumulação de Fe e Zn nas raízes. As plantas do Saco do Engenho translocam o GSH das folhas e dos caules para as raízes a fim de combaterem o Fe (correlação de 0,89) e Zn (correlação de 0,94) neste tecido. Além disso, observou-se que a MT das plantas do Saco do Engenho passa a atuar a fim de imobilizar/complexar o Zn na raiz (correlação de -0,83 entre o teor de MT nas raízes e o teor de Zn nas folhas) impedindo, assim, sua translocação para as folhas.