Estudo de biomarcadores associados à exposição humana a agrotóxicos em uma monocultura agrícola no estado do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Viviane Monteiro da
Orientador(a): Mendes, Rosivaldo de Alcântara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4449
Resumo: Diante da crescente incorporação do uso de agrotóxicos na agricultura, faz-se necessário avaliar a exposição humana a estas substâncias químicas e suas repercussões no organismo. O uso de biomarcadores permite avaliar o grau de exposição de determinados organismos a um xenobiótico, além de fornecer indicações da suscetibilidade individual e efeitos da exposição a poluentes químicos ambientais. Esta pesquisa tem por objetivo realizar estudo epidemiológico e laboratorial em uma amostra populacional exposta a agrotóxicos na comunidade Médio Itacuruçá, localizada nas proximidades de uma monocultura agrícola no município de Abaetetuba, Estado do Pará. A amostra foi composta por 107 moradores da comunidade com idade igual ou superior a 20 anos. Os testes laboratoriais realizados foram: análise das atividades de AChe e BChe, e dosagem de citocinas. A análise das atividades das enzimas AChe foi realizada através do método Ellman (1961), e para BChe foram utilizados kits DGKC Cholinesterase da marca Kovalent. As leituras das atividades das colinesterases foram realizadas em espectrofotômetro Varian Cary 300. Para análise das citocinas foram utilizados kits BD Cytometric Bead Array (CBA) Human Th1/Th2 Cytokine Kit II. As citocinas dosadas foram IL-2, 4, 6, 10, IFN-γ e TNF-α. A leitura foi realizada no citômetro de fluxo modelo BDFACS Canto II. Os resultados evidenciaram que 100% dos níveis de IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IFN-γ e 70% dos níveis de TNF-α encontravam-se acima dos valores de referência estipulados pelo Arup Laboratories. As atividades de AChe e BChe demonstraram-se menos inibidas do que na maioria dos outros estudos disponíveis na literatura. Não foi encontrada associação entre nenhuma das variáveis e atividades de Ache e BChe. Foi encontrada associação entre o consumo de frutas e expressão de IL-2 e IFN-γ, e entre consumo de verduras e legumes e expressão de IL-2, sendo os menores valores e mais próximos da normalidade, encontrados nos indivíduos que relataram frequência de consumo diária. Também foi evidenciada associação entre faixa etária e expressão de IL-4. A baixa inibição das atividades de AChe e BChe sugere que a exposição crônica a pequenas quantidades de agrotóxicos pode não ser suficiente para alterar de forma significativa a atividade das enzimas. Em contrapartida, pode estar relacionada ao desencadeamento de um processo inflamatório, demonstrado pela elevada expressão de citocinas, bem como pode ter sofrido influência conjunta ou isolada de outros fatores como hábitos alimentares, de higiene e estado geral de saúde.