Entre a espetacularização urbana e as vivências nos espaços públicos: descortinando coletivos culturais na zona portuária do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Passos, Flora D’el Rei Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23863
Resumo: Refletir sobre a urbanidade no mundo contemporâneo implica em reconhecer a relação tensa entre o espaço concebido, idealizado e imposto pelos arquitetos e urbanistas e o espaço vivido, lugar do encontro, das relações sociais cotidianas e das apropriações culturais na cidade. Frente ao modelo de “cidade-espetáculo” que, de forma recorrente, relaciona a cultura à concepção de grandes projetos de entretenimento voltados para o turismo e o consumo, este trabalho busca descortinar as múltiplas identidades territoriais, expressões culturais e corporais presentes nos espaços públicos da Zona Portuária do Rio de Janeiro, que re- significam a paisagem urbana. Investiga-se como se redefinem os campos de gravitação da experiência urbana, relacionada aos coletivos culturais, frente às ações de “valorização cultural” do atual projeto de “revitalização” urbana – Porto Maravilha – e como eles se (in)corporam os espaços públicos criando assim outras ideias ou projetos de cidade. Primeiramente, é proposto um diálogo entre autores que tratam da cultura e do território, mostrando desde experiências internacionais de construção de cenários espetacularizados em frentes marítimas, até reflexões sobre possíveis “desvios” que encontram no espaço público o lugar do dissenso e das manifestações culturais de troca social na cidade. Em seguida é feito um breve traçado evolutivo urbano-cultural da Zona Portuária que indica o vínculo das manifestações culturais com o território e uma breve análise do atual projeto Porto Maravilha, especialmente, suas propostas de “valorização cultural”, que tem como âncora a construção do Museu do Amanhã, assinado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Por fim, a partir de entrevistas e de um breve exercício etnográfico busca-se desvendar as tensões surgidas, atualmente, entre diferentes ideias de cidade, de grupos sociais distintos. Os principais coletivos culturais da área de estudo são identificados e mapeados e em seguida busca-se reconhecer como sujeitos representativos desses coletivos se posicionam frente ao atual projeto de “revitalização” para a Zona Portuária e como se apropriam dos espaços públicos recriando constantemente identidades territoriais. Assim, procuramos contribuir para o debate acerca da participação e inclusão no planejamento das cidades e do reconhecimento da troca social, diversidade e conflito na transformação do meio urbano. Estuda-se a cultura como campo de resignificação do espaço urbano e de debate sobre direitos, como o direito à cidade, pensada de forma democrática, coletiva e horizontal.