Influência do ph na colonização bacteriana de úlceras venosas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sergio, Fernanda Rabello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21826
Resumo: As feridas crônicas mais comuns são as úlceras de membros inferiores, em sua maior parte de etiologia venosa. São geralmente colonizadas por diversas espécies de bactérias e suas interações, virulência e quantidade são fatores que influenciam o risco de uma ferida se tornar infectada. A infecção é uma das principais causas associadas ao atraso da cicatrização, pois provoca o prolongamento da fase inflamatória. Outro fator importante que influencia na cicatrização é o potencial hidrogeniônico (pH). Estudos têm associado lesões que não cicatrizam com valores mais elevados de pH. Objetivo: Analisar o pH de úlceras venosas e sua relação com o perfil bacteriano quantitativo e qualitativo das lesões. Método: Estudo transversal realizado com amostras de 35 úlceras venosas através de coleta de dados com 28 pacientes durante o período de dezembro de 2019 a março de 2020 no Ambulatório de Reparo de Feridas do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) e análises microbiológicas realizadas no Laboratório de Controle Microbiológico da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Laboratório de Biologia de Anaeróbios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A medida do pH foi realizada utilizando fitas indicadoras e a coleta de material biológico através de swab. Após cultivo bacteriano em aerobiose e anaerobiose, foi realizada a contagem de unidades formadoras de colônias (UFC) e identificação por espectrometria de massa. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina do HUAP/UFF, CAAE 19468719.9.0000.5243. Resultados: A maioria dos participantes foi do sexo masculino (57,1%), na faixa etária de 60 a 80 anos (68,6%), com média de idade de 67,4 anos, apresentando como comorbidades principalmente hipertensão arterial sistêmica (88,8%) e diabetes mellitus (48,6%). Os valores de pH variaram de 7.9 a 8.7, sendo o valor de 8,5 (37,1%) o mais encontrado, seguido de 8,3 (28,6%), com média de 8.4. As espécies mais frequentemente encontradas foram Staphylococcus aureus (68,6%), Pseudomonas aeruginosa (62,9%), Proteus mirabilis (45,7%) e Corynebacterium striatum (40,0%). O número de UFC variou de 0 a 200.000 em anaerobiose e aerobiose e foi predominantemente entre 1.000 e 10.000 (37,1%) em anaerobiose e entre 10.000 e 100.000 (37,1%) em aerobiose. Não foi encontrada associação entre os diferentes valores de pH e a variação do número de UFC em anaerobiose (p=0,21) e aerobiose (p=0,55) e as principais espécies bacterianas identificadas: S. aureus (p=0,41), P. aeruginosa (p=0,29), P. mirabilis (p=0,19) e C. striatum (p=0,96). Conclusão: O pH de úlceras venosas não influenciou o perfil bacteriano, tanto em parâmetros quantitativos quanto qualitativos