Desenvolvimento de insumo farmacêutico ativo a base de clusia fluminensis e avaliação do seu potencial de neutralização dos efeitos tóxicos locais causados por envenenamento botrópico
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/27613 http://dx.doi.org/10.22409/PPG-CAPS.2021. d.07664881790 |
Resumo: | Os acidentes ofídicos são classificados pela Organização Mundial de Saúde como doença tropical negligenciada. A letalidade é baixa, mas as consequências deixadas por esses acidentes, como paralisia e amputação de membros, constituem um grave problema de saúde pública. O tratamento com soro antiofídico é bastante eficaz em reverter os efeitos sistêmicos causados pelo veneno no corpo da vítima, mas ineficaz em neutralizar os efeitos locais associados a morbidades na região afetada pela mordedura da serpente. Nesse contexto, a busca por substâncias de origem vegetal com ação antiofídica para tratamemto de suporte a soroterapia tem se mostrado relevante. A espécie Clusia fluminensis é uma planta nativa e endêmica do Brasil, caracterizada quimicamente pela presença de metabólitos com importantes atividades biológicas como as benzofenonas, terpenos, flavonoides entre outros. O estudo avaliou o potencial dos extratos aquosos de frutos de Clusia fluminensis na inibição das atividades proteolítica, hemolítica e coagulante causadas pelo veneno de Bothrops jararaca. Frutos de C. fluminensis coletados em 2018 e 2019 foram submetidos à processameto primário da matéria-prima vegetal, estudos de caracterização, extração e secagem por liofilização e spray drying. A citotoxicidade das amostras de extratos secos dos frutos de C. fluminensis foi verificada por meio do método MTT, tendo mantido a viabilidade celular dos linfócitos T acima de 80%. As atividades proteolítica, hemolítica e de coagulação foram avaliadas. A porcentagem de inibição das amostras liofilizadas testadas nas atividades proteolítica e hemolítica do veneno de B. jararaca foi próxima a 100%. Além disso, as amostras evitaram a coagulação induzida pelo veneno de B. jararaca na proporção de 1:20 (veneno: planta), sinalizando perspectiva no tratamento ao dano tecidual local causado pelo veneno botrópico. A análise dos extratos por cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada a espectrometria de massas forneceu dados para a investigação do fingerprinting dos extratos secos aquosos de frutos de C. fluminensis e para a correlação com o potencial de inibição hemolítica e proteolítica dos extratos. Os estudos de desreplicação associados a busca em biblioteca espectral (GNPS) apontaram a presença de flavonoides, substâncias nitrogenadas, glicerofosfocolinas, derivados prenilados de lipídeos, ácidos graxos, lignanas, esteroides e outras substâncias orgânicas oxigenadas. Na comparação das análises dos extratos obtidos por liofilização com os obtidos por spray drying não foram observadas variações dos metabólitos, sugerindo a viabilidade da secagem por este método na obtenção de extratos aquosos de Clusia fluminensis. |