A desinstitucionalização como estratégia coletiva de resistência contra a militarização dos corpos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Capistrano, Adélia Benetti de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37409
Resumo: Este trabalho tem como objetivo discutir as estratégias coletivas de desinstitucionalização como enfrentamento à militarização da vida. Busco compreender o presente através de viagens narrativas no espaço-tempo, que conectam cartas, notas, músicas, testemunhos, pesquisas e experiências de resistência nos territórios de São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro. A metodologia das viagens narrativas, inspirada por Walter Benjamin e Beatriz Adura Martins, busca trazer a desinstitucionalização como práxis e a luta antimanicomial como paradigma, almejando pistas de sobrevivência para momentos em que a desesperança, melancolia e impotência dominam. Ao longo do trabalho busca-se explicitar o óbvio: hospitais psiquiátricos, prisões e seus híbridos são locais privilegiados para a prática de tortura, segregação e quantas mais violências se conseguir imaginar. O resgate das instituições totais, da violência, da tolerância e inventadas e a proposta de manter as contradições abertas de Franco Basaglia almejam explicitar a necessidade do processo permanente de desinstitucionalização mesmo após o fechamento dos manicômios. As análises de implicação e sobreimplicação propostas por Cecília Coimbra permitiram o resgate de parte de minha história familiar e dos percursos de formação e atuação profissional como material da pesquisa. A dissertação é fruto desses encontros com tantas outras referências, como um laboratório de experimentação de travessias para abertura de frestas de escrita. Em um esforço para conectar o que aconteceu no passado e o que sobrou no presente, indo na contramão das forças que tentam apagar as histórias, explicita-se o incômodo da mistura da vida pública e privada, respeitando-se o silêncio do que ainda não se consegue registrar. Mais do que chegar a conclusões ou prover respostas, o estranhamento permanece como um convite a quem puder compartilhar outros registros de memórias e construções coletivas.