Reações adversas no uso de pertuzumabe em associação com trastuzumabe para tratamento de câncer de mama em hospital federal do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Oliveira, Erika Barreto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36077
Resumo: O pertuzumabe foi implementado pela Portaria do Ministério da Saúde nº 57/2017 como tratamento associado com trastuzumabe para o duplo bloqueio para tumores com expressão de HER2+. Esses medicamentos podem gerar reações adversas cardiovasculares, tornando necessário a farmacovigilância dessa associação em mundo real. O objetivo deste estudo foi avaliar as reações adversas ao tratamento com pertuzumabe associado ao trastuzumabe em pacientes com câncer de mama tratados em um Hospital Federal. Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo com análise de prontuário de pacientes com câncer de mama, que utilizaram pertuzumabe e trastuzumabe no período de 2017 até dezembro de 2022. A partir dos prontuários foram identificadas as reações adversas e sintomas sugestivos de cardiotoxicidade. Foram determinados os principais fatores de risco para desenvolvimento de cardiotoxicidade pelo Risco de Framingham e o escore proposto pela Mayo Clinic. As reações foram classificadas quanto à sua causalidade, gravidade e quanto ao tempo de surgimento. Foram analisados 18 prontuários, todos de pacientes do sexo feminino. A média de idade foi de 55 anos e o índice de massa corporal médio de 27,3kg/m², sendo 5 pacientes classificadas como obesas. As comorbidades que estiveram mais presentes foram hipertensão arterial (sete) e diabetes mellitus (cinco). Quanto aos fatores de risco associados à cardiotoxicidade, ao longo do tratamento, uma apresentou acidente vascular encefálico, três realizaram radioterapia antes do início do tratamento com duplo bloqueio, cinco eram obesas e duas eram tabagistas. Foram identificadas 79 reações adversas durante o período de uso do tratamento. Quanto à gravidade, uma se mostrou grave (grau 4), exigindo intervenção urgente, 2,5 % foram classificadas como grau 3, com pico de pressão arterial e a maioria, foram consideradas grau 1. A análise de causalidade mostrou que a maioria das reações associadas ao duplo bloqueio foi provável. A maioria das pacientes (n = 14) apresentavam risco alto de desenvolver cardiotoxicidade. Quatro pacientes tiveram diminuição da fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor que 10 %, seis tiveram redução maior que 10 % do valor basal e, em duas, a fração de ejeção do ventrículo esquerdo foi menor que 58 %, porém todas assintomáticas. Os resultados de vida real com o uso de medicamentos recém-incorporados ao tratamento do câncer de mama se mostram relevantes para que seja possível estabelecer estratégias de acompanhamento que permitam dar mais segurança ao tratamento do câncer de mama.