A música do território e o território da música: o funk e dinâmicas afrodiaspóricas no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Teixeira, Lino Azeredo da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/31260
Resumo: A presente pesquisa tem como tema central o funk em sua relação direta com as dinâmicas territoriais no Rio de Janeiro, e procurou compreender como este movimento cultural afrodiaspórico considerado o primeiro gênero de música eletrônica brasileira, criado originalmente nas periferias e favelas cariocas, influi diretamente sobre as dinâmicas de produção do espaço urbano. A questão central colocada diz respeito à relevância do funk enquanto possibilidade de interpretação, apropriação e proposição do espaço pelos grupos sociais negros e periféricos, observando as territorialidades de pertencimento, as representações socioespaciais e as estratégias territoriais que compõem as possibilidades artísticas e atos de afirmação da cultura funk. O trabalho focaliza em três dimensões do fenômeno: as dinâmicas afrodiaspóricas históricas que conformam cidade, priorizando camadas culturais e transformações urbanas em um recorte entre meados século XIX e os anos 1970; os principais eventos e marcos do processo de formação, consolidação e expansão do funk, com especial atenção para a relação entre o movimento cultural e as favelas; e as formas de organização dos circuitos econômicos independentes que permitiram a estabelecimento e crescimento do gênero musical e das redes de festas pelo estado e pelo país. Se coloca também em debate a representatividade cultural e artística do movimento musical funk na composição dos imaginários urbanos e ao mesmo tempo, de maneira correlacionada, como esses sujeitos de arte são expressões das lutas por direitos de grupos populares a partir das disputas por representações simbólicas, nas formas de ocupação dos espaços urbanos e nas estratégias territoriais políticas, produzindo fissuras e desafiando a ordem urbana hegemônica expressas nas relações centro-periferia.