Histórico de contaminação da Baía de Guanabara - RJ através da análise da cinética de bioacumulação do mercúrio em corvinas micropogonias furnieri

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Campos, Jéssica Costa Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28959
Resumo: A degradação da Baía de Guanabara (BG) segue, desde o séc. XVI com o crescimento da cidade do Rio de Janeiro e de sua Região Metropolitana. Foram iniciados fortes investimentos conjugados no saneamento ambiental de sua bacia de drenagem nos anos 90, visando o controle das cargas poluentes domésticas e industriais aportadas pelos rios. Apesar disso, numerosos estudos e monitoramentos registram a baixa ou piora na qualidade de águas e sedimentos. Esta dissertação foi dedicada à avaliação do resultado dos investimentos sobre a bioacumulação de contaminantes pelos espécimes de Micropogonias furnieri (corvina), estudados nas últimas três décadas. A base de dados de biometria e concentração de Hg total (HgT) em músculo abrangeu dados (i) secundários, pré e pós início dos investimentos, de cinco coletas realizadas entre 1992 e 2011; e, (ii) primários atuais (2018/2019) do Programa Ecológico de Longa Duração PELD - Baía de Guanabara. Foi estudada a incorporação de mercúrio - devido às suas altas toxicidade e capacidade de bioacumulação e biomagnificação - , na espécie de peixe Micropogonias furnieri (corvina), carnívoro/predador de alto valor comercial. A determinação de HgT foi realizada por Plasma por Acoplamento Indutivo – Espectrometria de Massas (Inductively Coupled Plasma – Mass Spectrometry - ICP-MS). Os indivíduos coletados foram juvenis (<280 mm), praticamente 100% após 2000 a atualmente. A média de concentração de HgT foi de 58,12 ng.g-1 , estando cerca de uma ordem de grandeza abaixo do limite máximo permitido pela legislação brasileira: 1,00 mg.kg-1 (peixes predadores) e 0,5 mg.kg -1 (não predadores). Regressões lineares significativas entre comprimento total (CT) – proxy da idade ou tempo de exposição – vs HgT foram observadas em quatro das seis coletas. As projeções de HgT realizadas pelas regressões lineares e pelo método da Taxa Decrescente de Crescimento (TDC) mostraram resultados similares. O mesmo aconteceu para o cálculo da Taxa de Incorporação (TI=HgT/CT) e suas estimativas pela TDC. A análise dos parâmetros e estatísticas realizada, indicou uma tendência geral de um gradiente de HgT caracterizado por oscilações com uma redução no final da década de 2000, mas uma forte retomada na década seguinte, indicando uma piora nas condições atuais das águas e sedimentos, conforme monitoramentos do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e estudos do PGG-UFF. O uso do método Probit - relação dose-resposta com a competência de absorver variabilidades na acumulação de substâncias tóxicas – confirmou esta tendência.