Língua e ensino - Objetos paradoxais: a contradição no ensino de língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Freitas, Ronaldo Adriano de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3491
Resumo: A questão da contradição no ensino de língua portuguesa é tratada nesse trabalho a partir do gesto de se atribuir a Língua e Ensino o status de objetos paradoxais - formulação de Pêcheux que sustenta nossa investigação -, o que se dá sob o referencial teórico da História das Ideias Linguísticas (Auroux/Orlandi) em interlocução com a Análise do Discurso (Pêcheux/Orlandi). Enfatizamos com esse gesto a complexidade da produção de sentidos do sintagma ensino de língua portuguesa, formulação erigida por esses dois objetos paradoxais, que se constituem em posições antagônicas e interdependentes: Língua como fluidez e padrão; Ensino como libertação e reprodução. Investigamos aqui, as formas pelas quais essa contradição é materializada em crônicas disponibilizadas na internet, produzidas por escritores na mídia hegemônica entre 1998 e 2012 - período marcado por acontecimentos discursivos que reestruturam as matrizes de sentido sobre o ensino de língua portuguesa, em especial, pelo funcionamento discursivo da noção de variação linguística, a qual captura determinados aspectos da fluidez da língua, desestabilizando o sentido dominante de ensino de língua portuguesa. O lugar da mídia e do escritor nesse processo são inseridos pela noção de sobredeterminação, pelo qual enfatizamos a complexidade da constituição dos objetos paradoxais que analisamos; para isso, apresentamos uma revisão de princípios da Análise do Discurso e uma ligação entre esses princípios e o conceito de rizoma (Deleuze/Guattari). Partindo dessa ligação e considerando o caráter histórico da constituição desses sentidos, procuramos historicizar a relação entre o desenvolvimento das ideias linguísticas no Brasil e a criação de instrumentos educacionais que regulam o ensino da língua e, assim, lhe atribuem sentidos; apresentamos então formas de institucionalização, reformulação e ancoragem histórica desses sentidos. As análises que desenvolvemos apontaram, em especial, o funcionamento discursivo das construções adversativas como tentativas de estabilização de sentidos em disputa; marcas discursivas da constituição contraditória dos objetos analisados. As reflexões produzidas são, ao final, apresentadas como possibilidade de ancoragem para produções de sentidos que transbordem as práticas discursivas vigentes sobre o ensino de língua portuguesa