Os muitos tons do inimigo vermelho: as reconfigurações contemporâneas do anticomunismo no Brasil (1990-2020)
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/24997 http://dx.doi.org/10.22409/PPGEST.2021.m.10857840614 |
Resumo: | A última década foi marcada pela ascensão da extrema direita no Brasil, a partir da convergência entre o projeto liberal-conservador de alijar a esquerda do espaço deliberativo, os ressentimentos e as fraturas culturais e sociais provocados pelos resultados nocivos do neoliberalismo e a exaustão da democracia liberal. Nesse contexto e tendo em vista a existência no imaginário social brasileiro de certa comunidade de sentido em torno do ódio contra o Outro-comunista, o anticomunismo reaparece como uma importante chave explicativa para a compreensão da política brasileira no século XXI. Hodiernamente, esse fenômeno aponta para um conceito ampliado do “comunismo/ta”, na medida em que, ao lado de algumas permanências do imaginário anticomunista tradicional, se constituem novas construções narrativas sobre o “inimigo vermelho”, como o “marxismo cultural”, a “ideologia de gênero” e a “ditadura do politicamente correto”. Assim, neste trabalho, procurou-se analisar e compreender algumas das várias reconfigurações desse imaginário nas últimas três décadas, tendo como eixo principal a compreensão das “guerras culturais” contemporâneas, posto que, na perspectiva das novas direitas, o comunismo teria deslocado a sua arena de disputas da economia para a cultura. Nesse sentido, o inimigo “comunista” não é mais entendido apenas como algo ou alguém a ser combatido somente no plano econômico, militar ou político stricto sensu, mas também – e primordialmente – no campo da cultura, sendo a sua eliminação condição fundamental para o reestabelecimento da “ordem das coisas”. |