Quase invisíveis: experiências de travestis e transexuais na busca por cuidado nos serviços de saúde de Duque de Caxias - RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Ferraz, Bruno da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37609
Resumo: Introdução: Travestis e transexuais carregam uma imensa carga de preconceitos, enfrentando os mais diversos desafios, por possuírem uma identidade de gênero que não se encaixa nos padrões cisheteronormativos impostos pela sociedade. Nos serviços de saúde, essas pessoas permanecem quase invisíveis, onde são recorrentes episódios de transfobia institucional, como o desrespeito ao uso do nome social, aumentando a vulnerabilidade dessa população e dificultando o acesso ao cuidado, ferindo os princípios de equidade e integralidade que orientam o SUS. Objetivo: Conhecer as experiências de travestis e transexuais na busca por cuidados nos serviços de saúde do município de Duque de Caxias. Metodologia: Estudo qualitativo descritivo e exploratório, realizado por meio de quinze entrevistas semi-estruturadas com pessoas trans que utilizam, ou já utilizaram, os serviços de saúde do município. Os dados coletados foram analisados a partir da metodologia de análise de conteúdo temático-categorial. Resultados: Foram identificadas barreiras estruturais e institucionais, como o despreparo dos profissionais de saúde para atender demandas da população trans e a falta de serviços especializados. Além disso, constatou-se a ineficiência do município na implementação da Portaria nº 2.803/2013, que regulamenta o Processo Transexualizador no SUS, comprometendo o acesso à hormonização e cirurgias de redesignação de gênero. Por outro lado, experiências positivas de acolhimento e respeito ao uso do nome social foram destacadas na busca por cuidado na APS, reforçando a importância da criação do vínculo e práticas de humanização. Conclusão: Ao dar visibilidade às experiências positivas, negativas e os desafios enfrentados por travestis e transexuais no sistema de saúde do município, espera-se que este estudo contribua para o desenvolvimento de políticas e programas de saúde municipais mais inclusivos. Reforça-se a importância da educação continuada e permanente dos profissionais de saúde, que incluam discussões sobre gênero, direitos e políticas de saúde para pessoas trans e suas especificidades de saúde, objetivando não apenas o conhecimento formal, mas o estímulo às práticas acolhedoras e humanizadas nas unidades de saúde, promovendo um sistema verdadeiramente inclusivo e equitativo.