Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Faria, Victor Carvalho Loback de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/24750
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Resumo: |
Durante os anos de 1980, Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, governador e vice- governador do estado do Rio de Janeiro, respectivamente, prometeram realizar uma revolução educacional. Em sua proposta estava a construção de mais de 500 Centros Integrados de Educação Pública, os CIEPs, popularmente conhecidos como Brizolões. Os CIEPs foram projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer e ofereciam ensino de tempo integral para crianças e Educação de Jovens e Adultos em período noturno, somando-se mil educandos. Além disso, contavam com serviços médicos e odontológicos, refeições, prática de esportes, animação cultural, etc. A presente pesquisa buscou refletir sobre a espacialidade desse modelo de escola que até hoje marca as paisagens fluminenses, articulando a escala local, com a escala da cidade e do país, a fim de contribuir teórica e metodologicamente para uma Geografia da Educação. Para isso, foram resgatados registros da origem dos CIEPs, discursos veiculados na mídia da época e atuais, denotando que os CIEPs continuam sustentados no imaginário popular, sendo instrumentalizados politicamente até hoje. Além disso, foram entrevistadas professoras que trabalham em uma dessas unidades escolares para compreender, a partir de suas enunciações espaciais em entrevistas semiestruturadas e mapas vivenciais, o espaço vivido deste CIEP. Os resultados das análises dos dados oficiais apontaram para uma retomada da lógica dos Grupos Escolares, com vias a resgatar o prestígio da escola pública a partir da monumentalidade dos seus prédios e localização destacada na paisagem. As entrevistas apresentaram um espaço escolar cada vez mais compartimentado, gradeado e limitante, condicionado a lógicas adultas, em contraste ao projeto original, que previa o livre fluxo de crianças pelos diversos ambientes, além do fechamento das tradicionais meias-paredes. Estas transformações foram acompanhadas por uma severa reformulação curricular, voltado cada vez mais para um ensino tradicional restrito às quatro paredes da sala de aula, além do encerramento da oferta dos demais serviços públicos que o CIEP reunia. Percebeu-se que o prédio original e o projeto educacional eram, juntos, em relação dialética, o CIEP. Separar um do outro significaria abandonar necessariamente o projeto dos CIEPs, como foi desejado pelas forças políticas oposicionistas. Tal projeto não poderia ocorrer no prédio com um ensino tradicional, tampouco seu modelo de ensino poderia ser ofertado em outra construção que não aquela de Niemeyer. Para compreender a Geografia da Educação dos CIEPs, é preciso compreendê-lo como uma unidade entre forma e conteúdo, entre seu prédio, o currículo e as vivências que formam o espaço escolar. |