Biomarcadores séricos: ferramenta para o diagnóstico diferencial entre tuberculose latente e tuberculose pulmonar em crianças e adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Schmidt, Christiane Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12662
http://dx.doi.org/10.22409/PPGCM.2019.d.84701382787
Resumo: As crianças representam 10% dos casos de tuberculose (TB) no mundo e a confirmação bacteriológica nesse grupo continua um desafio, pois desenvolvem formas paucibacilares de TB pulmonar (TBP). Diferenciar casos de infecção latente da TB (ILTB) e TBP nem sempre é fácil. A prova tuberculínica (PT) e a dosagem de interferon gama (Igras) apresentam limitações e não diferenciam ILTB da TB ativa. Os biomarcadores despertam o interesse pelo potencial de uso em testes rápidos como os point of care (POC) testes. A parede celular do Mycobacterium tuberculosis é complexa, com lipídeos e proteínas capazes de estimular a síntese de anticorpos no hospedeiro. Esse estudo de corte transversal, com inclusões prospectivas, realizado de agosto de 2014 a junho de 2017, teve como objetivo avaliar se os níveis séricos das imunoglobulinas IgM anti- cardiolipina, - sulfatide, - ácido micólico, -proteína Mce 1A e IgG anti- proteína Mce 1A são capazes de diferenciar a ILTB de TBP em crianças e adolescentes. Os participantes foram divididos em 3 grupos: controle - contatos de TB, assintomáticos, radiografia de torax normal e PT negativa; ILTB - contatos de TB, assintomáticos, com radiografia de tórax normal e PT positiva e TBP - pacientes com sinais, sintomas, alterações laboratoriais e radiológicas sugestivas de doença ativa, selecionados em unidades de saúde de seis municípios do estado do RJ, Brasil. Realizou-se a dosagem dos biomarcadores pelo teste Elisa no soro. A análise estatística foi realizada através do programa The Graphprism (version 5.0). Para a comparação dos níveis dos biomarcadores utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis, seguido de pós teste Dunn ou teste de Mann - Whitney e o teste T quando indicado. As variáveis categóricas foram analisadas pelo teste do qui-quadrado. O nível de significância foi estabelecido em p< 0,05. Com a análise da curva ROC avaliou-se a sensibilidade e a especificidade. Foram incluídos 107 pacientes entre zero e 19 anos, distribuídos nos grupos controle (n=20), ILTB (n=44) e TBP (n=43). A mediana de idade foi de 7 anos (intervalo interquartil=IIQ: 4,3 – 9) no grupo controle, 8,5 anos no ILTB (IIQ: 4 -11) e 11 anos no TBP (IIQ: 1,9 -15), com p= 0,47,sem diferença entre os gêneros. Na amostra geral, o título de IgG Mce 1A foi maior naqueles com TBP comparados àqueles com ILTB. A análise através da curva ROC evidenciou AUC= 0,73 com p= 0,0002. Para o cut-off de 0,26 DO (IC 95%= 0,628 – 0,836) a sensibilidade foi de 72,09% e a especifidade de 63,64%. Ao compararmos o grupo TBP BACT+ (algum teste bacteriológico +) com ILTB, a sensibilidade foi de 73,7% e a especificidade de 63,7% e para TBP BACT+ vs controle, 73,7% e 70% respectivamente. Os anticorpos IgM anti cardiolipina, sulfatide, ácido micólico e proteína Mce 1A não discriminaram ILTB de TBP e seus níveis foram mais elevados no grupo controle. Os níveis de IgG Mce 1A foram mais elevados nas crianças e adolescentes com TBP se comparadas àquelas com ILTB, mostrando o potencial uso desse biomarcador como ferramenta inicial no diagnóstico de TB em pediatria