Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Lima, Suzana Lopes de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/7678
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Resumo: |
O foco do estudo está na Política Nacional de Humanização (PNH), entendida não só como um modelo de teoria e ação médica ou simples processo de dinamização dos serviços de atenção básica prestados pela Estratégia de Saúde da Família (ESF), mas como um instrumento fundamental à integralidade para impulsionar a democratização ao direito à saúde e a promoção da cultura de solidariedade nos serviços de saúde. Interessa-nos examinar mais especificamente o processo de implantação do dispositivo do acolhimento no âmbito da atenção básica ao prénatal sob duas categorias de análise: acesso e produção da linha de cuidado entre profissionais e usuárias. Para isso, tomamos a experiência de uma Unidade de Saúde da Família (USF) como lócus da análise. A metodologia envolveu a realização de um estudo de caso, com enfoque qualitativo. A coleta de dados se deu por meio de pesquisa bibliográfica, análise de documentos institucionais (incluindo: diários de campo do período de estágio e o trabalho de conclusão de curso - TCC) e entrevistas semi-estruturadas. A análise dos resultados quanto à dimensão do acesso revelou que, apesar de as equipes realizarem busca ativa, a capacitação precoce tem se constituído como um desafio à integralidade para a equipe, notadamente frente à atenção das gestantes solteiras e menores de idade. Sobre a reorganização e desburocratização do processo de trabalho nas ações observamos que esses aspectos tem se mostrado passíveis de mudança efetivas com a utilização da diretriz do acolhimento, uma vez que esta proporcionou um novo fluxo do acesso das gestantes na USF. Entretanto, percebemos que esta mesma transformação não tem se efetivado da mesma forma para outros serviços e grupos populacionais, nem mesmo os considerados de risco como diabéticos, hipertensos, etc. Quanto a perspectiva da produção da linha do cuidado percebemos que, o acesso a outras tecnologias de saúde também ocorre com maior facilidade para as gestantes. Contudo, na realização dos procedimentos fora da USF, a assistência à saúde da gestante ainda se configura como um quadro crítico que impede a total integralidade das ações. Estes dados aparecem relacionados principalmente aos procedimentos da ultra-sonografia e do parto no hospital municipal, sobre os quais se evidenciaram falas de precarização dos serviços e desumanização dos profissionais. Nesse sentido, um fator a se considerar se coloca na própria relação profissionais/usuárias quanto à responsabilização e à construção de vínculos, na qual apreendemos diferentes percepções entre o atendimento médico e da enfermagem. Tendo a integralidade como parâmetro de análise do acolhimento na atenção ao pré-natal nas dimensões abordadas, este estudo apontou que apesar dos avanços obtidos na implantação da política, ainda existe longo caminho a se percorrer até que a oferta de ações e serviços de saúde seja realmente compatível com as previstas constitucionalmente, de modo a suprir a todas as necessidades de saúde das usuárias, expressas através da garantia dos direitos reprodutivos. |