As consequências impremeditadas do acolhimento na atenção básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Zimmermann, Ligia Carvalho Botelho
Orientador(a): Baptista, Tatiana Wargas de Faria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2339
Resumo: Trata-se de um estudo de caso que examina a prática do acolhimento em uma unidade básica de saúde da cidade de Juiz de Fora MG, numa ótica qualitativa. O objeto de estudo deste trabalho é o acolhimento propriamente dito, numa exploração de suas relações com a Política Nacional de Humanização, com a mudança de modelo assistencial e, em última análise, no reflexo desta prática nos serviços que chamamos serviços de ponta, procurando entender como o acolhimento é traduzido / reinterpretado nas práticas cotidianas. O relato de experiência busca elementos de análise a partir da conversa com outros profissionais que participaram desse processo, através de entrevistas individuais. Partimos de três hipóteses elementares: 1) a Política Nacional de Humanização tem sofrido interpretações e traduções pelos profissionais de saúde do nível local; 2) as distorções na organização do sistema podem gerar conseqüências impremeditadas na medida em que contribuem para a reprodução de práticas ineficazes e embotadas no acolhimento, por falta de estímulos à mudança continuidade nas suas ações e 3) existem diferenças importantes entre as concepções do acolhimento em proposições teóricas de três diferentes propostas desenvolvidas no âmbito da política de saúde brasileira no período mais recente: o Projeto em Defesa da Vida (PDV), os programas de Humanização e a Política Nacional de Humanização (PNH) e o que é realizado na prática em nome do acolhimento. Concluímos que o acolhimento realizado na UBS Abrigo apresenta conseqüências impremeditadas que nem sempre condizem com a boa prática em saúde, que ele acontece impulsionado principalmente pelos profissionais de saúde ligados à residência multiprofissional, e que essa prática possui potencialidades para mudanças nos processos de trabalho e no modelo assistencial, onde muitas mudanças já se tornam reais, mas ainda evidencia alguns desafios a superar como a não-adesão de todos os profissionais na prática do acolhimento, a falta de comprometimento da gestão e as dificuldades relacionais.