É tipo detetive! uma pesquisa com crianças, no cotidiano escolar: reflexões sobre a educação das infâncias, quando infantilizar é preciso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pina, Bruna de SouZa Fabricante
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14696
Resumo: A presente tese apresenta as reflexões tecidas a partir de uma pesquisa de doutoramento, realizada com o cotidiano de duas unidades escolares da rede municipal de Itaboraí/RJ, na qual se objetivou refletir sobre o trabalho pedagógico desenvolvido na pré-escola e no 1o ano do Ensino Fundamental, sobre os modos como as crianças se relacionam com a escola e como o processo de alfabetização atravessa as práticas pedagógicas nesses anos de escolaridade. Para tanto, produziu-se um estudo sobre as relações (aproximações, afastamentos e tensões) entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. O trabalho se constituiu como um exercício investigativo desenhado metodologicamente como uma pesquisa com o cotidiano, tecida em uma perspectiva dialógica, que ressalta a relação sujeito-sujeito, reconhecendo o papel fundamental de seus participantes na constituição e nos encaminhamentos do trabalho. Essa escolha metodológica nos possibilitou viver os desafios de produzir uma pesquisa com as crianças (FERREIRA, 2009, PEREIRA, 2012, 2015), ao acompanhar as meninas e meninos no processo de travessia de uma etapa para outra. Para compreender como as crianças experimentam a escola, partiu-se dos diálogos, conversas, encontros e produções realizados ao longo da pesquisa. Nesse processo, destacam-se as fotografias produzidas pela turma, por serem imagens que fazem pensar sobre a infância e a escola. Trata-se de um estudo que transita entre a dimensão cronológica da infância, ao ser produzido com crianças, e sua compreensão como condição da “experiência humana” (AGAMBEN, 2012) que nos constitui independente da idade. A pesquisa busca contribuir com o movimento de (re)pensar o trabalho pedagógico desenvolvido com as crianças, destacando a infância enquanto tempo em si e não apenas como vir a ser. Ao problematizar as relações entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, a pesquisa afirma a necessidade de superação da ruptura existente entre essas duas etapas e encontra, na proposta de “educação das infâncias” (ARROYO, 1994; 2017), uma formulação potente para indicar a compreensão da escolarização como um processo contínuo, no qual a infância tenha centralidade e seja compreendida como dimensão que une as duas etapas, considerando suas especificidades e características. Essa compreensão é posta em diálogo com a ideia de se infantilizar a educação escolar (KOHAN, 2009), ao torná-la espaço do estar junto, do fazer junto, do (re)pensar constante, do duvidar, do perguntar. Infantilizar a educação se mostra como possibilidade de dar mais intensidade ao projeto de escola no qual a produção infantil tenha espaço e seja reconhecida como poesia, recheada de estética, ética e política