Galectina-3: alvo terapêutico nas desordens mesentéricas e hepáticas no lúpus induzido pelo pristane

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lemos, Felipe Simões
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/10888
Resumo: Em reações inflamatórias, galectina-3 (Gal-3) atua favorecendo polarização de macrófagos em sua forma alternativa, induzindo ativação de fibroblastos e inibindo a diferenciação de linfócitos em plasmócitos. Em animais deficientes de Gal-3 (Lgals3-/-) há retardo na ativação/diferenciação de monócitos em macrófagos e intensa diferenciação de plasmócitos produtores de imunoglobulinas, o que sugere que disfunção de Gal-3 possa contribuir para o surgimento de doenças autoimunes. O pristane é um hidrocarboneto associado à elevação na incidência de doenças inflamatórias com perfis autoimunes, como artrite reumatoide (AR) e lúpus eritematoso sistêmico (LES). Além disso, sabe-se que o mesentério é um dos primeiros locais de ação do pristane. Porém o fígado também responde ao estimula com este óleo. Neste estudo, objetivamos investigar o papel da Gal-3 no perfil da resposta inflamatória crônica em mesentério e fígado no modelo de autoimunidade induzido pelo pristane. Para tal, camundongos Balb/c foram estimulados com injeção intraperitoneal de pristane. Após seis meses a partir da injeção, os animais apresentaram sintomas semelhantes a lúpus eritematoso sistêmico (LES). Neste contexto, observamos que no mesentério, a ausência de Gal-3 promoveu desorganização na região submesotelial e infiltrado inflamatório severo amplo e difuso assim como polarização de macrófagos para o fenótipo M1. O contrário foi observado em animais Lgals3+/+, os quais apresentaram polarização M2, indicando menor dano tecidual e maior potencial de reparo tecidual. Nichos de linfócitos B e plasmócitos também foram severamente alterados nos animais Lgals3-/-. A ausência de Gal-3 ainda regulou o número de células expressando as moléculas ligantes de notch DLL1+ e DLL4+ , as quais regulam polarização de macrófagos e diferenciação de plasmócitos. No fígado, a ausência de Gal-3 favoreceu o desenvolvimento de hepatite caracterizada por intenso infiltrado inflamatório portal com nítidos danos hepáticos associados ao LES. Por fim, verificamos que o uso de Gal-3 recombinante aumentou o tempo de vida de camundongos propensos a LES, evidenciando o potencial protetor que esta proteína parece exercer na manutenção da arquitetura histológica fundamental para o processo de resolução de injúrias teciduais. Nossos dados sugerem que Gal-3 tenha potencial terapêutico no tratamento de desordens autoimunes como LES