O processo de construção de identidade de meninas negras: um olhar sobre o livro infantil "Menina bonita do laço de fita", de Ana Maria Machado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Ester Mascarenhas dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23783
Resumo: A pesquisa intitulada “O processo de construção de identidade de meninas negras: Um olhar sobre o livro infantil ‘Menina bonita do laço de fita’, de Ana Maria Machado” se vincula à área de concentração “Estudos do Cotidiano da Educação Popular” do Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense (PPGE/UFF), em diálogo com o Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-Brasileiros e Indígenas da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (NEABI/UENF). O objetivo geral deste estudo concentra-se em compreender como as meninas, estudantes de uma escola pública localizada em Comunidade Remanescente de Quilombo (CRQ) Machadinha em Quissamã/RJ –, percebem a narrativa da obra infantil “Menina bonita do laço de fita”, de Ana Maria Machado. Os objetivos específicos, por sua vez, consistem em identificar a existência de termos na narrativa da obra infantil que promovem o mito da democracia racial e a ideologia do branqueamento; analisar a representação sobre menina negra a partir das ilustrações da referida obra nas edições publicadas nas décadas de 1980 e 2010; e refletir sobre o processo de construção de identidade em meninas negras a partir da análise dos textos e imagens produzidos em roda de conversa literária pelas estudantes. O interesse surgiu ao recordar alguns livros infantis que fizeram parte da minha infância e constatar que durante a trajetória escolar não tive acesso a personagens negras, mesmo residindo e estudando em local com forte influência africana e afro-brasileira. Optamos pela pesquisa qualitativa que utiliza o estudo de caso como principal variação metodológica. Na realização do trabalho de campo, a técnica da observação participante se apresenta como procedimento de coleta de dados. A interpretação e análise das imagens e textos produzidos pelas estudantes são fonte de evidências que se somam a proposições teóricas. O referencial teórico buscou na história da literatura infantil (ZILBERMAN, 2003; LAJOLO, 2010; OLIVEIRA, 2003) dialogar com a literatura na temática da cultura africana e afro-brasileira (DEBUS, 2017), aprofundando o conhecimento nas reivindicações históricas diante do racismo no Brasil (MUNANGA, 2008, 2016) e superação do racismo no cotidiano escolar e na sociedade (GOMES, 2008, 2017; CAVALLEIRO, 2001). As reflexões apontam para a valorização dos padrões estéticos de beleza eurocêntricos, corpo, cabelo e cor da pele estabelecidos e valorizados na sociedade ocidental. Identificamos como principal categoria de análise a ambivalência proposta por Homi Bhabha (1998), representada em grande parte das imagens e textos. Diante de tantas complexidades, o estudo sinaliza outros caminhos, outras vozes literárias femininas na literatura infantil contemporânea na dimensão poética, estética e cotidiana.