A educação bilíngue educa para que? Uma análise de pesquisas acerca do bilinguismo na infância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Insabralde, Larissa de Souza Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15303
Resumo: Este trabalho, com base numa pesquisa bibliográfica, aponta para a complexidade e a amplitude do bilinguismo na infância e defende que este fenômeno impulsiona o desenvolvimento humano. Destaca-se que, apesar de terem sido escritas no início do século XX, obras de dois pesquisadores bielorrussos, Lev Semionovitch Vygotski e Lev Vladimirovitch Scherba, contribuem, ainda hoje e significativamente, com as discussões que abrangem o bilinguismo, seja pelo aspecto psicológico ou pelo aspecto linguístico. Conforme argumenta Vygotski, o papel orientador da educação exige que as escolas bilíngues estejam conscientes de sua importante função no que diz respeito ao desenvolvimento da fala da criança, Scherba, por sua vez, analisa os sistemas linguísticos e defende a importância da atividade da fala como um fenômeno social. Apesar da contemporaneidade do fenômeno bilinguismo, as pesquisas no Ocidente sobre o tema, principalmente no Brasil, ainda são escassas e os estudos existentes apresentam apenas visões antagônicas que questionam superficialmente a influência de uma língua sobre a outra e a influência no desenvolvimento cognitivo da criança. Por isso, ao buscar relevantes produções referentes ao tema, deparamo-nos com os estudos de Vygotski e Scherba e, por meio de um possível diálogo entre a psicologia e a linguística, sugerimos a análise da relação do bilinguismo infantil com o desenvolvimento das funções psíquicas superiores e do significado prático, formativo e educativo do ensino de línguas estrangeiras. Os procedimentos e reflexões sugeridas por Vigotski e Scherba evidenciam a atualidade de seus estudos no campo do bilinguismo na infância. Além disso, apresentamos, nos anexos, as traduções para o Português dos textos de Vigotski e Scherba ainda inéditos no Brasil. Consideramos que o trabalho contribui com as discussões em torno do bilinguismo e da educação bilíngue no Brasil e pode impulsionar futuras pesquisas neste campo, principalmente, no momento em que muitas famílias têm buscado escolas que oferecem o ensino de uma língua estrangeira como obrigatória desde a educação infantil, fundamentas em objetivos puramente mercadológicos