Avaliação da presença de genes de Escherichia coli uropatogênica (UPEC) e sua relação com os dados clínicos dos pacientes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Anabele Pires
Orientador(a): Salle, Carlos Tadeu Pippi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/247728
Resumo: Escherichia coli patogênica aviária (APEC), Escherichia coli uropatogênica (UPEC) e Escherichia coli associada à meningite do recém-nascido (NMEC) estabelecem infecções em ambientes extraintestinais de diferentes hospedeiros. Estudos recentes têm sugerido que isolados de E. coli de aves poderiam compartilhar o mesmo maquinário genético necessário para causar doença em seres humanos. Desta forma, os animais de produção poderiam atuar como reservatórios de estirpes potencialmente patogênicas para humanos e causar zoonose. Assim, o objetivo deste trabalho foi relacionar genes de APEC detectados em amostras de UPEC com sexo, idade e registros de infecção do trato urinário (ITU) de pacientes. Para isso, no presente estudo foram avaliados 559 isolados de E. coli provenientes de urocultura (UPEC) de pacientes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Foi realizada a análise estatística descritiva relativa dos 38 marcadores de virulência detectados em amostras de urocultura dos pacientes. Além disso, foram coletados dados clínicos (sexo, idade e diagnóstico clínico) dos prontuários dos 559 pacientes. Estas informações foram comparadas com a presença ou ausência de 38 genes associados à virulência e patogenicidade. Os resultados encontrados demonstram que foi verificada a presença dos 38 genes relacionados à virulência e patogenicidade de APEC em isolados de UPEC, sendo que o conjunto de genes associados a virulência encontrados com maior frequência foram os de adesão bacteriana, como o crl (94,45%) (528/559), mat (88,73%) (496/559), fimC (83,18%) (465/559), ompA (92,13%) (515/559) e iutA 94,10% (526/559). Ainda, a relação entre a presença dos genes com os dados clínicos dos pacientes, constataram diferença significativa para o gene chuA em relação à idade dos mesmos, sendo este mais prevalente em crianças (0-15 anos). Para a variável sexo, foi observada uma maior prevalência dos genes crl, cvaC, afa/draB em mulheres, ao passo que, o gene hrlA apresentou maior positividade em isolados de UPEC de homens. Além disso, os genes cvaC, felA, fyuA, ireA e iss foram estatisticamente mais prevalentes em pacientes com ITU. Contudo, no presente estudo, estes fatos não podem servir como evidência para se afirmar que cepas de APEC possuem potencial zoonótico, uma vez que estes marcadores, assim como os demais pesquisados, foram encontrados com prevalência muito similar também em isolados de jovens, adultos e idosos, em isolados de pacientes de ambos os sexos, e tanto em pacientes com ITU, como em isolados de pacientes sem ITU.