O ideal da excelência escolar e a subjetividade do estudante de classes populares em escolas de alto padrão educacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Luciana Silva dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24860
Resumo: Esta pesquisa procurou compreender o ideal da excelência escolar e a relação entre esse ideal e a história singular do estudante. Considerou alguns conceitos da Psicanálise, sobretudo eu ideal, ideal do eu e supereu, para analisar os conflitos vividos pelos alunos diante das demandas idealizadas presentes em escolas de alto padrão acadêmico. Desse modo, procurou refletir sobre as implicações dos processos de idealização e de identificação para a formação subjetiva dos estudantes de classes populares. Neste sentido, entre os esforços de adaptação à escola ou a resistência aos modelos impostos, interessou-nos questionar a naturalização e o ―peso‖ do ideal de excelência para a trajetória escolar do aluno. Priorizamos a vivência dos estudantes que podem estar em posição inferiorizada, devido a um suposto distanciamento entre o capital cultural herdado da família e a cultura escolar. Também questionamos a crença em uma homogeneidade das classes populares em relação à educação. Esta proposta de pesquisa visou, portanto, inspirada pelo viés da pesquisa qualitativa, a compreensão de como as instâncias ideais – eu ideal, ideal do eu e supereu – se relacionam ao ideal da excelência escolar no discurso dos jovens em uma instituição escolar de alto padrão educacional (o Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro – CAp UFRJ). Para tanto, foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas com alunos do segundo ano do Ensino Médio. Consideramos a polissemia e a não consensualidade acerca do conceito de excelência escolar, de modo a demonstrar que esse ideal contribui para promover uma espécie de vigilância moral na escola, cujos efeitos subjetivos foram levantados e interpretados. Quais efeitos subjetivos podem ser interpretados a partir da narrativa de estudantes de classes populares em escolas de alto padrão acadêmico? Porventura, como operaria esse ideal de excelência, quanto aos efeitos objetivos e subjetivos produzidos na busca por ele (fracasso e/ou sucesso escolar; sofrimento psíquico e/ou gozo)? A partir da noção de inconsciente social, investigamos os sintomas dessa espécie de consciência superegóica coletiva, que diferencia os ―bons‖ e os ―maus‖ estudantes em sua própria fala. Pretendíamos, igualmente, considerar a plasticidade da influência desses ideais, de acordo com as interações entre estudantes e professores, bem como analisamos os modos como os alunos percebem os próprios destinos subjetivos diante da idealização escolar.