Investigação da participação de genes de virulência em modelo de pneumonia causada por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina em coelhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pinheiro, Marcos Gabriel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27167
Resumo: Introdução: Staphylococcus aureus é um patógeno versátil, com grande capacidade adaptativa e um dos agentes etiológicos mais comuns de infecção em humanos, podendo ser responsáveis por infecções na pele e tecido subcutâneo, pneumonias, osteomielites, artrites sépticas, endocardites, infecções cirúrgicas e sepse. Os coelhos apresentam respostas semelhantes aos seres humanos na sua sensibilidade para duas toxinas estafilocócicas responsáveis por danificar os tecidos pulmonares, α-hemolisina e leucocidina de Panton-Valentine. O uso atual de imunoglobulina intravenosa (IVIG) para o tratamento de pneumonia associada ao MRSA só é suportado por dados in vitro, que mostram que o mesmo contém anticorpos anti-toxina. Hipótese científica: A hipótese deste estudo é que as lesões pulmonares causadas por MRSA são induzidas pela leucocidina de Panton-Valentine e mediadas por leucócitos polimorfonucleares, podendo ser reduzidas ou evitadas com a utilização do IVIG associado à terapia antimicrobiana. Objetivo Geral: Determinar os mecanismos pelos quais os genes de virulência influenciam no processo de infecção e destruição dos tecidos pulmonares e o efeito de diferentes protocolos terapêuticos e profiláticos do IVIG no modelo de pneumonia em coelho. Material e Métodos: Foram utilizados 561 coelhos, machos, de 10-12 semanas de idade, distribuídos em diferentes experimentos. Para a comparação da virulência das diferentes estirpes, foram utilizadas 6 diferentes cepas bacterianas (USA100, USA 300, USA400, USA1000, USA1100, ST80). O método de deleção, pKOR1, dos genes e recombinação alélica (knockout) foi utilizado para construção de cepas mutantes facilitando uma comparação entre infecções causadas por cepas selvagens e cepas mutantes. Resultados: Com a utilização de IVIG, que continha anticorpos que neutralizaram os efeitos citotóxicos de leucocidina de Panton-Valentine contra leucócitos polimorfonucleares humanos e α-hemolisina contra os glóbulos vermelhos de coelho, obteve-se uma diminuição significativa da morbimortalidade em coelhos com pneumonia. Para os coelhos tratados com IVIG a taxa de sobrevivência foi de 50% e 71% para os coelhos tratados com IVIG em combinação com vancomicina. É importante destacar também, uma significativa redução na contagem de bactérias nos pulmões dos coelhos tratados com a associação de IVIG e vancomicina. Os animais tratados com IVIG combinado com linezolida mostraram um percentual de sobrevivência maior que os animais tratados com IVIG purificado. Conclusão: Os fatores de virulência leucocidina de Panton-Valentine e α-hemolisina são necessários para se estabelecer pneumonia experimental necrosante causada por S. aureus resistentes à meticilina em coelhos, na qual a terapêutica com IVIG favorece a sobrevida, e em combinação com vancomicina ou linezolida reduz a morbimortalidade.