Gestão do autocuidado de pacientes com insuficiência cardíaca: plano de implementação de melhorias em uma instituição privada no município de Niterói, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Rosa, Camila Achão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37417
Resumo: Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome crônica progressiva associada a altas taxas de morbimortalidade e hospitalizações recorrentes. Evidências científicas demonstram que a gestão eficaz do autocuidado pode melhorar os desfechos clínicos, reduzindo readmissões e promovendo maior adesão ao tratamento. No entanto, a implementação de estratégias organizadas e sustentáveis de autocuidado em instituições privadas de saúde ainda enfrenta desafios. Objetivo: Desenvolver um plano de implementação de melhorias na gestão do autocuidado de pacientes hospitalizados com IC em uma instituição privada no município de Niterói, Rio de Janeiro. Método: Trata-se de um estudo metodológico, de caráter descritivo, desenvolvido por uma equipe multidisciplinar em colaboração com profissionais da instituição. A pesquisa incluiu um diagnóstico situacional que analisou o perfil clínico e sociodemográfico de 106 pacientes hospitalizados com IC, além da identificação de barreiras e facilitadores para a implementação da gestão do autocuidado por 50 profissionais de saúde da instituição. Para embasar o plano de implementação, foram utilizadas abordagens estruturadas, incluindo o mapeamento do processo assistencial para padronização do fluxo de cuidado, a metodologia 5W2H para definição estratégica das ações e o ciclo PDSA (Plan-Do-Study-Act) para estruturação e planejamento das melhorias. Resultados: A partir dessa análise, foram desenvolvidos quatro produtos principais: Plano de Implementação de Melhorias na Gestão do Autocuidado do Paciente com Insuficiência Cardíaca Hospitalizado, Mapeamento do Processo de Gestão do Autocuidado do Paciente com Insuficiência Cardíaca Hospitalizado, Cartilha de Autocuidado para o Paciente com Insuficiência Cardíaca e Checklist Pré-Alta do Paciente Internado por Insuficiência Cardíaca. A avaliação desses produtos foi realizada com pacientes e profissionais da equipe multiprofissional para verificar a aplicabilidade e aceitação das estratégias propostas. Entre os pacientes, 100% avaliaram positivamente a cartilha educativa, considerando-a útil e de fácil compreensão. Quanto à preparação para o autocuidado, 60% relataram sentir-se razoavelmente preparados, enquanto 40% declararam-se totalmente preparados para gerenciar sua condição após a alta hospitalar. Entre os profissionais da equipe multiprofissional, 75% demonstraram satisfação com as ferramentas propostas, destacando a importância do checklist pré-alta para a segurança do paciente e continuidade do cuidado. Além disso, reconheceram que a cartilha educativa poderia facilitar a adesão ao tratamento e melhorar a comunicação entre a equipe e os pacientes. No entanto, foram identificados desafios institucionais, incluindo a necessidade de maior adesão dos pacientes às recomendações de autocuidado, resistência organizacional para mudanças assistenciais e a sensibilização contínua da equipe multiprofissional para implementação das melhorias. Conclusão: O estudo evidencia a relevância de estruturar estratégias baseadas em evidências para aprimorar a gestão do autocuidado de pacientes com IC hospitalizados. A aplicação das metodologias 5W2H e PDSA permitiu a construção de um plano viável e adaptável à realidade institucional, fornecendo subsídios para futuras implementações. Os produtos desenvolvidos foram bem aceitos por pacientes e profissionais, destacando-se como ferramentas importantes para melhorar a transição hospitalar e promover melhores desfechos clínicos. Entretanto, a adoção plena das estratégias requer investimentos em sensibilização da equipe, adequações organizacionais e continuidade da avaliação das intervenções propostas.