Fatores associados aos sintomas pós-operatórios após o tratamento endodôntico com alargamento foraminal em dentes com lesão periapical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Erlange Andrade Borges da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23091
Resumo: O alargamento foraminal visa reduzir a carga microbiana a fim de promover níveis mais favoráveis ao reparo. Contudo, não é incomum que os pacientes envolvidos apresentem algum nível de desconforto pós-operatório. Assim, a presente tese apresentou dois propósitos: i) avaliar, através de revisão sistemática e metanálise, o efeito do alargamento foraminal nos sintomas pósoperatórios em dentes com lesão periapical; ii) avaliar a relação das variáveis idade, sexo, diferentes grupos de dentes, posição da arcada, comprimento do dente, amplitude do canal radicular e tamanho da lesão periapical com a ocorrência de sintomas pós-operatórios e uso de analgésicos, após tratamento endodôntico com alargamento foraminal em dentes unirradiculares. Para o propósito 1, uma ampla busca foi conduzida em bases de dados eletrônicas até maio de 2017 por meio de descritores controlados e termos livres, com a finalidade de selecionar títulos e resumos potencialmente relevantes, submetendo-os em seguida a uma seleção baseada no acrônimo PICO e uma análise sistematizada, com consequente avaliação do risco de viés e metanálise. Cinco estudos foram qualificados para revisão sistemática e 3 estudos foram considerados para metanálise. Os resultados da metanálise demonstraram que a dor pós-operatória foi maior no tratamento endodôntico com alargamento foraminal, com diferença estatisticamente significante no primeiro (odds ratio [OR], 0,92; intervalo de confiança [IC], 0,36-1,48; p=0,001), segundo (OR, 1,32; IC, 0,23-2,41; p=0,02), quarto (OR, 0,45; IC, 0,01–0,89; p=0,04), sexto (OR, 0,31; IC, 0,03–0,60; p=0,03) e sétimo (OR, 0,16; IC, 0,02–0,31; p=0,02) dias. Concluiuse que a dor pós-operatória foi maior no grupo em que foi realizado o alargamento foraminal nos primeiros dias após o tratamento. Para o propósito 2, delineou um estudo de coorte. A amostra foi composta por 105 dentes unirradiculares com lesão periapical. Após o tratamento endodôntico com alargamento foraminal e instrumentação reciprocante, em uma sessão, a intensidade da dor e dor ao toque foram registradas todos os dias durante 7 dias e no 14º e 30º dias através da escala visual analógica. O edema foi avaliado por dois avaliadores independentes, em 48 horas, 72 horas e 7 dias após o tratamento. Os dados foram analisados por meio do software Statistical Package for Social Science (IBM, EUA, versão 23.0). O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). Sexo feminino (beta=1,02; p<0,00), dentes inferiores (beta=25,50; p<0,00), canal radicular de média amplitude (beta=0,93; p=0,03) e edema (beta=1,88; p<0,00) foram associados ao aumento da dor pós-operatória e dor ao toque, enquanto o uso de analgésico (beta=-1,82; p<0,00) e o tempo em dias (beta=-0,23; p=0,00) estiveram associados à diminuição desses sintomas. O edema esteve associado ao tratamento do prémolar superior (p<0,01) e amplitude média do canal radicular (p=0,05), sendo considerado fator de risco para necessidade de analgésico (OR=61,46; p=0,00). O uso de analgésico no pós-operatório também esteve associado aos prémolares superiores (p<0,01). Concluiu-se que fatores como sexo, grupos dentais, posição do arco e amplitude do canal radicular foram associados aos sintomas pósoperatórios. O uso de analgésico foi mais necessário nos prémolares superiores e no edema, e foi associado à diminuição da dor ao longo dos dias.