Avaliação histopatológica de folículos pericoronários associados a dentes inclusos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Vargas, Luca de Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35121
Resumo: Introdução: Os folículos pericoronários associados às coroas de dentes não erupcionados têm um papel crítico no desenvolvimento do dente e na sua erupção. Em circunstâncias normais, o folículo desaparece após a erupção do dente. Entretanto, em dentes inclusos, os folículos pericoronários persistem dentro dos maxilares em associação com o dente. Nesse cenário, os folículos sofrem alterações morfológicas e moleculares que podem culminar no desenvolvimento cistos ou tumores odontogênicos. O folículo pericoronário é observado radiograficamente como uma imagem radiolúcida pericoronal semicircular, com o diâmetro máximo de 4mm. Entretanto, alguns trabalhos têm demonstrado que alterações histopatológicas podem ocorrer no folículo pericoronário mesmo na ausência de sinais clínicos ou radiográficos de lesão. Portanto, apenas o diâmetro da área radiolúcida não define com precisão a ausência de alterações patológicas e, desta forma, isto pode refletir na decisão do cirurgião sobre a necessidade da exodontia dos terceiros molares inclusos assintomáticos. Objetivo geral: Verificar as alterações histopatológicas em folículos pericoronários de dentes inclusos. Material e métodos: Este estudo foi observacional, transversal e descritivo. A amostra foi constituída por todos os casos com diagnóstico radiográfico/tomográfico de folículo pericoronário e enviados para exame histopatológico no serviço de Anatomia Patológica do Hospital Central da Polícia Militar durante o período de 2004 até 2023. Foram coletados os dados demográficos, clínicos e de imagem através das requisições do exame histopatológico e dos prontuários dos participantes. A avaliação histopatológica das lâminas escaneadas foi realizada através do software ObjectiveView™ por uma patologista oral. Nesta avaliação foram verificadas alterações histopatológicas presentes no epitélio, em relação a sua presença e tipo, além da presença de exocitose, espongiose, presença de células mucosas e de calcificação. No tecido conjuntivo foram verificados o tipo, a presença de inflamação, de fibrose, de degeneração mixoide, de restos epiteliais odontogênicos e de calcificação. Resultados: A amostra foi composta por 32 folículos pericoronários. Foram encontradas associações estatisticamente significativas entre a idade e a exocitose de neutrófilos (p=0,017), inflamação do tecido conjuntivo com plasmócitos (p=0,018), intensidade da inflamação (p=0,001), presença de remanescentes odontogênicos (p=0,01), fibrose (p=0,006) e tecido de granulação (p=0,038). Também houve associação estatisticamente significativa entre o sexo com a presença de revestimento epitelial (p=0,038). Em relação ao sintoma, ocorreu associação estatisticamente com a intensidade da inflamação (p=0,001), presença de remanescentes odontogênicos (p=0,042) e tecido de granulação (p=0,03). Também foram encontrados associação estatisticamente significativa entre as localizações com a presença de células mucosas (p=0,005), tecido conjuntivo denso (p=0,007) e inflamação plasmocitária no tecido conjuntivo (p=0,036). Houve associação estatisticamente significativa entre o diâmetro da imagem radiolúcida pericoronária com presença de calcificação distrófica (p=0,044) e células gigantes (p=0,012). Por fim, as associações da transformação cística foram estatisticamente significativas com a presença de exocitose (p=<0,001), exocitose de linfócitos (p=<0,001), espongiose (p=<0,001) e tecido de granulação (p=0,019). Conclusão: É possível encontrar alterações histopatológicas em folículos pericoronários sem imagem radiográfica compatível com lesão e sendo assim, é necessária a avaliação histopatológica de todos os tecidos pericoronários removidos.