Investigação in vitro, in vivo e in silico de candidatos antifúngicos sintéticos e naturais contra Sporothrix brasiliensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Lais Cavalcanti dos Santos Velasco de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24670
https://dx.doi.org/10.22409/PPGMPA.2021.d.11846486700
Resumo: A esporotricose é uma zoonose hiperendêmica negligenciada no Brasil e o Sporothrix brasiliensis é o principal agente causador dessa micose em gatos e humanos. A recente expansão continental e a conhecida distribuição geográfica da esporotricose no Brasil, associada às dificuldades no tratamento eficaz dos felinos domésticos mostra a necessidade premente da busca de alternativas terapêuticas. Diante disso, este trabalho teve como objetivo prospectar uma gama de derivados sintéticos e extratos naturais quanto aos potenciais antifúngicos in vitro e in silico e in vivo contra isolados clínicos de S. brasiliensis. Estes foram isolados de gatos residentes da região hiperendêmica, Rio de Janeiro, Brazil. Seis isolados originaramse de lesões esporotricóticas de felinos domésticos com idade média de 3,5 anos, 83,3% (5/6) com acesso à rua, principalmente machos (4/6 felinos), metade deles castrados. O tratamento se deu pelo itraconazol, variando de 2 a 60 meses na dosagem de 100 mg/gato/dia. Setenta e oito derivados sintéticos inéditos de oito classes químicas distintas (pirazol, pirazolona, quinolona, quinona, naftoquinona, hidrazona, N-ftalimida e fenantrolina) foram triados por disco difusão (M2-A8 CLSI, 2003). Após, as concentrações inibitórias mínimas (CIM) de três derivados da hidrazona, onze derivados da quinona, três quelatos da fenantrolina e sete extratos brutos advindos de quatro diferentes espécies de plantas (Ocotea pulchella, Ocotea notata, Myrciaria floribunda e Hypericum brasiliense) foram determinadas por microdiluição em caldo (M38-A2, 2008 e M27-A3, 2008). Todos os derivados sintéticos e extratos naturais também foram avaliados quanto à concentração fungicida mínima (CFM). Testes in silico foram usados para predição do perfil farmacológico e de toxicidade dos derivados sintéticos. Testes in vivo a partir do modelo animal invertebrado Galleria mellonella foram realizados a fim de avaliar a eficácia do fendio e seus derivados de cobre (II) e prata (I) do sal perclorato, escolhidos devido a melhor performance in vitro. Aproximadamente vinte e dois por cento de todos os derivados sintéticos (17/78; hidrazonas, quinonas e fenantrolinas), foram ativos contra as leveduras da maioria dos isolados, enquanto um deles (fenantrolinas) foi também ativo contra a forma saprofítica do S. brasiliensis. Os MICs e MFCs obtidos contra as hidrazonas variaram entre 1-16 µg/mL, enquanto para as quinonas, entre 32 -> 128 µg/mL. Já para os quelatos da fenantrolina, tais valores variaram entre 0,03 - 0,002 µM. Os resultados frente aos extratos naturais variaram entre 1 -> 128 µg/mL. Não foi predita toxicidade elevada pela análise computacional ADMET e um bom perfil farmacológico preditivo, com parâmetros semelhantes ao itraconazol, foi obtido para todas as hidrazonas e quelatos. As larvas de Galleria mellonella, uma vez tratadas com os quelatos da fenantrolina, tiveram importante aumento no percentual de sobrevivência. Nossos dados sugerem que três derivados de hidrazona, os três quelatos da fenantrolina e também os extratos brutos, principalmente da Ocotea notata e da Myrciaria floribunda, são promissores candidatos a fármacos antifúngicos