Análise comparativa clinicopatológica, genômica, terapêutica e prognóstica entre o tumor dentinogênico de células fantasmas e o carcinoma dontogênico de células fantasmas: uma revisão sistemática da literatura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vieira, Gustavo De Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25784
Resumo: Introdução: O tumor dentinogênico de células fantasmas (TDCF), incluindo suas variantes central (TDCFc) e periférica (TDCFp), e o carcinoma odontogênico de células fantasmas (COCF) formam um raro espectro de neoplasias odontogênicas benignas e malignas, respectivamente. Histopatologicamente, sua diferenciação se baseia na observação de características citopatológicas de malignidade através da coloração de hematoxilina e eosina, podendo esta ser auxiliada pelo uso de marcadores proliferativos, apesar de estes valores de referência não terem sido estabelecidos até o momento. As bases proteicas e genômicas para a compreensão de suas patogêneses não foram totalmente elucidadas, no entanto um perfil molecular envolvendo o aumento da expressão da proteína β-catenina e seu mutações no seu gene codificante CTNNB1 vem sendo observado. Objetivo: Analisar e comparar os aspectos clinicopatológicos, genômicos, terapêuticos e prognósticos entre o TDCF e o COCF através de uma revisão sistemática da literatura. Material e Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática incluindo artigos publicados até dezembro de 2020 em sete bases de dados bibliográficas eletrônicas. Foram incluídos relatos de casos, séries de casos e artigos de pesquisa que forneceram informações clinicopatológicas e/ou imuno-histoquímicas do TDCF e do COCF, após passarem por uma confirmação diagnóstica dos critérios histopatológicos, e artigos apresentando dados genômicos destas lesões. Para a comparação demográfica, clínica, imaginológica, terapêutica e prognóstica, o TDCF foi também dividido de acordo com as suas variantes, e para a comparação histopatológica, imuno-histoquímica e genômica, as lesões seguiram de acordo com sua natureza benigna ou maligna. Resultados: Ao todo, 178 casos foram incluídos na análise clinicopatológica, 85 na análise imuno- histoquímica e 13 na análise genômica. O TDCF e o COCF mostraram uma maior prevalência no sexo masculino (p=0,037), com predileção mandibular e maxilar, respectivamente (p=0,005). O TDCFp acometeu, em sua maioria, indivíduos idosos (p<0,001), enquanto o TDCFc e o COCF indivíduos mais jovens. Um aumento de volume inespecífico foi o sinal clínico mais comum, representado por uma imagem radiolúcida/hipodensa ou mista de limites frequentemente bem-definidos na lesão benigna e mal-definidos na lesão maligna (p<0,001). Um epitélio ameloblastomatoso foi o padrão parenquimatoso mais frequente no TDCF e no COCF, no entanto, variados padrões epiteliais puderam ser observados também nestas lesões. Alteração na expressão da β-catenina e mutações no gene codificante CTNNB1 foram encontradas no TDCF e no COCF. Altas taxas de recorrência foram encontradas no TDCFc e no COCF, sendo a cirurgia conservadora frequentemente escolhida para o TDCFp, enquanto abordagens radicais escolhidas para o TDCFc e COCF. O COCF foi capaz de desenvolver metástases e demonstrou uma taxa de sobrevida global em cinco anos de 72,6%. Conclusão: O TDCF e o COCF compartilham características clinicopatológicas e exigem uma avaliação histopatológica cuidadosa, considerando a possibilidade de coexistirem áreas benignas e malignas na mesma peça cirúrgica durante o processo de transformação maligna de lesões precursoras. Um acompanhamento pós-operatório regular é mandatório devido às altas taxas de recorrência, e capacidades de transformação maligna do TDCF e causar metástases no COCF.