Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Diego de Souza, Cotta |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/32993
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Resumo: |
A pesquisa se debruça sobre bichas pretas a partir das intersecções entre lgbtifobia e racismo que recaem sobre esses corpos, buscando compreender como elas produzem outras narrativas discursivas sobre si na mídia, como táticas de sobrevivência diante da subalternização de suas existências. Tomando como recortes e exemplos canais do YouTube de jovens gays negros afeminados, o trabalho explicita a reivindicação por novas imagens e vozes que resistam ao apagamento e aniquilamento de subjetividades negras e gays no cotidiano midiatizado. A partir de abordagens metodológicas, como revisão bibliográfica, autoetnografia, análise de conteúdo, entrevistas e vestígios midiáticos, o objetivo é investigar os usos das TICs — Tecnologias de Informação e Comunicação, em especial a plataforma de streaming do YouTube, como ferramentas de vocalização de sujeitos marginalizados. Pretendeu-se demonstrar que determinados usos destas ferramentas são capazes de gerar sentidos vinculativos e abarcar uma linguagem inclusiva e insurreta diante das narrativas distópicas de supremacia branca e cisheteronormativa presentes no Brasil contemporâneo, especialmente nas duas primeiras décadas dos anos 2000. O trabalho traz diálogos entre teóricos da Comunicação Social, como Douglas Kellner (2001), Muniz Sodré (2002; 2006), João Freire Filho (2005), Vera França (2006), John Thompson (1998), Stig Hjarvard (2014); e de outros campos do conhecimento, como a Psicologia, Filosofia, Sociologia e Educação, a saber: Stuart Hall (2016), Michel Maffesoli (2001; 2014), Judith Butler (2017; 2021), Lélia Gonzalez (2020), Sueli Carneiro (2011), Abdias Nascimento (1980; 2016) Achille Mbembe (2018; 2020), Neusa Santos Souza (1983), Kabengele Munanga (1986), Thomas Luckmann e Peter Berger (2004). A partir desta bibliografia, abrir-se-ia, assim, sob a luz da política de afetos e de afetações (REZENDE RIBEIRO, 2016; 2018), a possibilidade da compreensão de tais canais como territórios confessionais de fluxos catárticos e de purgação das emoções, dando pistas de uma criação de espaços coletivizados de cura (hooks, 2019) e, como esta tese sugere, o desenvolvimento de uma espécie de “quilombismo midiático interseccional”. Além dessas propostas conceituais, a pesquisa destaca um reflorescimento de um “mundo imaginal” por sujeitos assujeitados, isto é, um reencantamento do mundo, onde práticas midiatizadas o “remitificam” e o fazem ser mais vivível para bichas pretas, que ao difundirem seus conteúdos em inúmeras janelas midiáticas, com diversas linguagens e bricolagens do fazer comunicacional, robustecem a naturalização positiva de suas existências. |