Os feitos militares nas biografias do reino novo: ideologia militarista e identidade social sob a XVIIIª dinastia do Egito Antigo: 1550 - 1295 a.C

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Arrais, Nely Feitoza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28463
Resumo: O objetivo deste estudo é identificar e esclarecer aspectos da identidade social no Antigo Egito diretamente caracterizada pela ideologia militarista através da análise de alguns textos biográficos provenientes do Reino Novo, fase conhecida pela expansão de domínio territorial e por política externa agressiva. O antigo Egito era uma sociedade fortemente hierarquizada na qual um pequeno grupo identificado como uma nobreza constituída formava a estrutura político-administrativa centrada na figura do faraó que encarnava simbolicamente o próprio Estado. Este pequeno grupo constituía uma classe dominante homogênea perante o restante da sociedade egípcia. Destacar-se socialmente nesse grupo restrito compreendia a inserção em diversas funções até o cargo maior de faraó. No decorrer do terceiro até a metade do segundo milênio uma das funções por excelência atribuída ao faraó era a guerreira, definida como uma característica centrada no equilíbrio cósmico do cargo de faraó o qual detinha o poder de manutenção da ordem social defendida vigorosamente contra todos aqueles que não o reconheciam como tal. A partir do Segundo Período Intermediário e da dominação estrangeira sobre o Egito, os valores guerreiros serão também direcionados para o conjunto dos homens que constituíam a força do faraó formando uma nova base de legitimação e reconhecimento para os que se destacassem nesta função que adquire, a partir de então, uma nova semântica social. A bravura, a perícia no campo de batalha e a lealdade ao faraó passam a representar uma nova modalidade de destaque social permitindo que um grupo de homens ascenda ao patamar mais alto da sociedade através dos aspectos militares de suas funções. Ao mesmo tempo, estes valores passam a integrar os discursos laudatórios que legitimam o status diferenciado daquele mesmo grupo dominante. Pode-se perceber uma nova ideologia social com a formação de uma tropa de caráter permanente a partir do final do Segundo Período Intermediário e a decorrente especialização de um grupo de homens de caráter militarizante. A ascensão social e a legitimação de sua posição social perante os demais integrantes da sociedade relaciona-se diretamente com sua formação militar específica.