A Espanha pela arquitetura subjetiva de La hoja roja de Miguel Delibes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Costa Júnior, Antonio Valmario
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35617
Resumo: A presente tese se concentra no estudo do romance La hoja roja (1959) do escritor espanhol Miguel Delibes (1920-2010), por se entender que o contraste estabelecido entre a tessitura textual da narrativa (permeada por uma cotidianidade austera e repetitiva) e a riqueza e profundidade poética e psicológica alcançadas reclamam uma investigação mais cuidadosa da relação potencial entre a estrutura do livro e os efeitos decorrentes no plano da subjetividade do romance. Essa perspectiva se serve inicialmente de postulados da teoria do efeito, de Wolfgang Iser (1926-2007), que se debruça sobre as relações entre a estrutura do texto e seus efeitos, mas, dada a maestria e a sensibilidade com que Delibes constrói e opera o universo ficcional de La hoja roja, o estudo desses efeitos facilmente se ampliou para um estudo mais apurado sobre algumas possibilidades de leitura subjetiva do livro. Nesse sentido, a presente tese busca demonstrar como se estrutura e articula a subjetividade no romance, através de três pontos de vista: o primeiro, objetivado nas repercussões da história espanhola (tendo por ponto de partida a Espanha cervantina) na construção de temas e projeções imaginárias que circundam e ajudam a compor ficcionalmente as personagens; o segundo (calcado na referência de El Ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha (1605-1616) como obra inaugural do romance moderno) mira a subjetividade em La hoja roja, a partir de alguns parâmetros em que se constitui a modernidade na obra de Cervantes (1547-1616), buscando explorar o livro de Delibes como lugar de elaboração da diferença enquanto unidade do ser, bem como de espaço de construção ficcional da convivência do contraditório; o terceiro e último ângulo privilegia a leitura subjetiva do texto, através do uso estilístico que o escritor de Valladolid faz da repetição em diversos graus, logrando alcançar, ao fim e ao cabo, o difícil equilíbrio e a colaboração operativa eficaz entre a aridez econômica do texto, sua intensidade poética e o registro sensível e afetivo de nossa humanidade.