Do Estatuto da Igualdade Racial à Marcha das Mulheres Negras 2015: uma análise das feministas negras brasileiras sobre politicas públicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lemos, Rosalia de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/23551
Resumo: Esta tese investiga o ativismo e o protagonismo social e político das feministas negras brasileiras estabelecendo como ponte para a análise, o Estatuto da Igualdade Racial e a organização da Marcha das Mulheres Negras 2015 contra o racismo, a violência e pelo bem viver. Esta pesquisa é uma fração do meu ativismo acadêmico e sociopolítico, nos estudos de gênero, relações raciais e educação. Tem como meta o registro histórico de exemplos de autodeterminação e colaborar na ampliação de referenciais teóricos sobre mulheres negras e sobre os feminismos negros, para maior visibilidade desta temática e assuntos relacionados na academia. Na introdução, tecerei considerações sobre as motivações para a pesquisa. No primeiro capítulo, o método da pesquisa ativista feminista negra será desenvolvido estabelecendo a dialética entre a pesquisadora ativista e as colaboradoras da pesquisa, tendo como recurso a metodologia a história oral para o tratamento das informações, a análise documental, a pesquisa ativista, a análise do discurso e do discurso político para o tratamento dos dados. No segundo capítulo, as colaboradoras da pesquisa se apresentarão, através de fragmentos de suas vidas, com o foco na inserção social e política nas regiões de atuação. Apresentarei reflexões sobre as dimensões do racismo na vida das mulheres negras, os feminismos negros e a reação aos sistemas de opressão, através das vozes das colaboradoras da pesquisa. No terceiro capítulo que disserto sobre as razões para marchar. No quarto capitulo, serão refletidas as políticas públicas, a partir dos indicadores sociais e da perspectiva das colaboradoras da pesquisa. No quinto capítulo o Estatuto da Igualdade Racial será analisado, assim como sua trajetória na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, registrando as críticas e comemorações ao processo e, também, as colaboradoras da pesquisa apresentarão suas percepções. No sexto capítulo, a Marcha das Mulheres Negras 2015, e o diálogo com as colaboradoras da pesquisa, observando o processo de engajamento, o relato das atividades organizadas de formação política e de mobilização das mulheres negras nas diferentes regiões do país, além de refletir sobre as relações estabelecidas com as feministas brancas, os movimentos negros, os partidos políticos e os sindicatos, assim como o papel da mídia. Ainda neste capítulo, os feminismos negros no pós-marcha, as ações em curso e as perspectivas futuras serão debatidas. Na conclusão, vou destacar a baixa apropriação do Estatuto da Igualdade Racial pela comunidade negra e ressaltar sua relevância na reafirmação de direitos da população negra. E, ainda, a importância histórica da Marcha das Mulheres Negras 2015, que auxiliou a rearticulação de entidades das mulheres negras e para o surgimento de outras; mobilizou mulheres negras das diferentes regiões; potencializou a juventude feminina negra e os feminismos negros, que têm assumido novas nuances. Por fim, a importância da ação ativista das feministas negras colaboradoras da pesquisa, que assumiram o protagonismo político na luta por transformações sociais de equidade de raça, de gênero, de classe, de orientação sexual e religiosa no Brasil