Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva, Rogério Motta da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/25564
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Resumo: |
A proposta deste trabalho, num primeiro momento, acompanha alguns movimentos históricos que produziram a noção de indivíduo, destacando vários esquemas sociais que ganharam forma e força e se constituíram como modelos hegemônicos. Contudo, o estudo cartográfico das dinâmicas da História revela a fragilidade de manter o conceito de indivíduo estável e insuscetível a mudanças. Essa instabilidade, por conseguinte, afeta o modo de viver, colocando o homem na confluência de conflitos existenciais. A vida, então, passa a ter contornos dramáticos, específicos de cada época. E são justamente os dramas e as vicissitudes que a escritora Clarice Lispector captura, com singular lucidez, transformando-os em material literário. Admitindo a hipótese de que não há imparcialidade nem neutralidade do autor durante o ato de criação, é possível presumir que vida e obra são indissociáveis. E se são inseparáveis, muito do autor como seus gestos, afetos e expressões se sobrepõem à obra. Partindo dessa premissa, a presente pesquisa, num segundo momento, abre-se a novos agenciamentos trazendo para o campo de análise como a agonística da morte reverbera nas obras derradeiras de Clarice Lispector, mais especificamente A hora da estrela de 1977. Nesse contexto, as linhas cartográficas que se formam, colocam em cena o crítico literário e cultural Edward W. Said (2009) o qual retoma o conceito de estilo tardio de Theodor W. Adorno (1937, 1964) e examina a relação da tríade: decadência do corpo, morte e processo de criação. Segundo Said, há personalidades, dos mais diversos domínios artísticos e literários, que ao pressentirem a chegada da morte, exprimem suas produções derradeiras relativamente desalinhadas do contexto cultural da sua época, estabelecendo uma relação caótica com a própria obra, radicalizando, inclusive, o ato criativo. Desse modo, presume-se que o processo de criação literária de Clarice Lispector da década de 70, sobretudo da obra A hora da estrela, enseja uma profícua discussão sobre a finitude e a ficcionalização da vida rompendo, principalmente, com determinados padrões estéticos, inaugurando uma nova linguagem e um novo fazer literário. |