Mudanças ambientais na cobertura da terra e no sistema fluvial: bacia hidrográfica do Rio Piratini - RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lucas, Luciano Marin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29006
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo principal avaliar as mudanças ambientais ocorridas na bacia hidrográfica e na morfologia do canal do rio Piratini, no Rio Grande do Sul, em virtude do processo histórico de ocupação das terras e das atividades socioeconômicas. A bacia do rio Piratini possui 5.654,74km² e compreende total ou parcialmente a área de dez municípios, tendo relevante importância econômica para região, haja vista que suas águas são utilizadas para irrigação, dessedentação e abastecimento público. Nas últimas décadas, a intensificação das atividades de mineração e silvicultura, em detrimento das atividades produtivas como agricultura e pecuária, promoveu o aumento da demanda por recursos naturais e dos conflitos de uso, sem que se tivesse conhecimento de suas consequências quanto à degradação ambiental. Fundamentada na abordagem sistêmica e na bacia hidrográfica como unidade espacial de análise, esta pesquisa teve como procedimentos metodológicos: revisão bibliográfica, trabalho de campo, coleta e tratamento de dados socioeconômicos, morfométricos e hidrológicos de instituições e órgãos de referência (ANA, CPRM, DNPM, EMBRAPA, IBGE, INMET, CPTEC/INPE, FEE, FEPAM, CORSAN) e técnicas de geoprocessamento. Como resultado da pesquisa, o mapeamento da evolução da cobertura das terras da bacia hidrográfica do rio Piratini em escala têmporo-espacial de 21 anos (1994-2015) mostrou que houve redução das áreas de mata nativa e aumento das áreas destinadas a silvicultura, agricultura e pecuária, passando a ocupar 64,6% da área total da bacia. A relevância do papel desempenhado pelo homem e suas atividades na produção e no aporte de sedimentos para o canal do rio Piratini se tornou evidente quando considerados os aspectos climáticos, geológicos, geomorfológicos e pedológicos da bacia que favorecem o escoamento superficial. As intervenções diretas por meio de obras de engenharia e das atividades de mineração no leito do canal resultaram na degradação da mata ciliar e em alterações na morfologia e dinâmica fluvial de trechos do rio Piratini, desencadeando processos erosivos e deposicionais. As áreas urbanas contribuíram para a degradação ambiental do sistema fluvial por meio do assoreamento dos canais e pela contaminação dos cursos d’água por efluentes domésticos, devido principalmente às condições precárias ou inexistentes das infraestruturas de saneamento.