Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Tunala, Layla Poubel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/34208
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Resumo: |
Os ambientes coralíneos são comunidades biológicas diversificadas e produtivas que prosperam em ambientes marinhos tropicais rasos e costeiros em todo o mundo. Esses ambientes dependem, em última análise, da irradiância solar para sua sobrevivência e crescimento. No entanto, as atividades humanas resultaram em ecossistemas degradados e funcionalmente alterados em todo o mundo, potencializando os efeitos das mudanças do clima e acelerados pelas catástrofes naturais. A cobertura de corais em recifes tropicais diminuiu substancialmente nos últimos 40 anos. No Brasil, a espécie Siderastrea stellata tem um papel de protagonismo no que se diz respeito a sua distribuição ao longo da costa em função de sua plasticidade. Assim, esta tese tem por objetivo principal trazer uma chance de dialogar entre os conhecimentos ecológicos que envolvem a potencial resiliência da espécie de coral em face à múltiplos estressores, à luz da fotobiologia – i.e. por meio de medidas da emissão da fluorescência da clorofila a do fotossistema II das zooxantelas hospedadas nestes organismos. Aspectos relacionados distribuição da espécie ao longo da costa brasileira, sua representatividade desde estudos prévios aos mais recentes, os impactos negativos promovidos pela falta de políticas públicas ambientais na regulação de bioinvasores, suas respostas diante de cenários de estresse fotoinibitório em diferentes temperaturas em Arraial do Cabo – um oásis coralíneo no Atlântico –, bem como a abordagem de aspectos de sua pigmentação em um ambiente significativamente distinto da área de ressurgência, em que o organismo se desenvolve em poças de maré e resiste à temperaturas extremas quando comparadas às temperaturas da região do Cabo Frio foram centrais nesta discussão. Nesta tese, além de uma revisão e atualização do status de S. stellata ao longo da costa brasileira, com enfoque na região do oasis coralíneo, nós detectamos a interação de uma ascidia (Didemnum sp “yellowish”) potencialente invasora com três espécies de corais nativas (Siderastrea stellata, Millepora alcicornis e Mussismilia hispida) e com uma Espécie Marinha Não Indígena (NIMS) (Tubastraea spp.). Nossas observações mostraram que essas interações podem ter impacto negativo na resiliência de espécies endêmicas e nativas. Após a detecção, nós também diagnosticamos o efeito desta interação da ascidia com S. stellata. Nossos resultados demonstraram que, com a remoção da ascidia e em condições favoráveis para recuperação, após 48h houve ganho altamente significativo (p<0,0001) na eficiência fotossintética das colônias resilientes (Fv/Fm = 0,627 ± 0,073). Essa diferença se estabilizou ao longo do tempo e permaneceu constante até o final de 10 dias, com aumentos graduais. Para os resultados apontados no Capítulo 3, nós destacamos que, sob temperaturas mais elevadas, as colônias tiveram melhor desempenho com recuperação total em 6 dias, quando expostas à duas temperaturas após um estresse de luz. Nós propomos uma forte influência do Ciclo da Xantofila, principalmente sob baixas temperaturas, devido à alta irradiância que pode causar fotoinibição levando à desepoxidação da produção de Violaxantina e Zeaxantina, o que diminuiu os valores de Fv/Fm. No entanto, mais estudos são necessários para entender melhor a quantidade exata de tempo entre os eventos de estresse necessários para a resiliência de S. stellata, principalmente pelo fato de Arraial do Cabo estar localizado em uma região de ressurgência da Costa do Atlântico Sul. Por fim, quando observamos S. stellata em Fernando de Noronha, nossos resultados mostraram que colônias com pigmentação rosada podem estar associadas a temperaturas mais elevadas, indicando um ponto de saturação (Ek) elevado e consequente maior eficiência na dissipação da energia radiante. Nossa análise genética também demonstrou uma alta fidelidade em associação com Symbiodinium clado C predominantemente. Apesar disso, levantamos a hipótese de que essa associação pode ser resultado de mudanças nas populações do clado B devido a eventos estressantes. Desta maneira, a partir das discussões realizadas neste trabalho, busca-se uma integração do conhecimento para que possamos avançar nas questões que, quando isoladas, pouco nos dizem sobre essa esfera tão dinâmica que trata os processos ecológicos marinhos. Assim, espera-se trazer contribuições relevantes para o estado da arte desta matéria, além de provocar reflexões que nos incitem a olhar além das estreitas traves especificistas, mas que possam realçar o olhar através de uma ecologia multidisciplinar. |