Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Tenorio, Arthur de Albuquerque |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21134/tde-21022017-152905/
|
Resumo: |
Os recifes de coral estão entre os ambientes marinhos mais produtivos e ricos em biodiversidade. Esta biodiversidade está em parte associada a complexas estruturas formadas por corais escleractíneos. Apesar da importância ecológica, social e econômica dos recifes de corais, eles são expostos a várias ameaças relacionadas às atividades humanas. Dentre os impactos antrópicos em recifes, o branqueamento, ou perda de zooxantelas, é o mais notável e é diretamente relacionado à mortalidade dos corais. Por possuírem uma associação simbiótica com essas zooxantelas, alguns corais escleractíneos são considerados mixotróficos, caracterizados por modos de alimentação autotrófico (através de simbiose com o dinoflagelado Symbiodinium) e heterotrófico (predação sobre zooplâncton). Alguns estudos comprovam que corais com maior capacidade de alimentação heterotrófica são mais resistentes ao branqueamento e, consequentemente, às alterações climáticas. A fim de analisar se o coral escleractíneo Mussismilia hispida, é capaz de alternar seu modo nutricional entre predominante autotrófico e predominante heterotróficos, dezoito colônias foram amostradas ao longo de um ano. Marcadores Tróficos de Ácidos Graxos (FATM, na sigla em inglês) foram utilizados para determinar a fonte nutricional de carbono em tecido de corais. A concentração de células de Symbiodinium e a temperatura local também foram avaliadas. Branqueamento foi observado nos meses mais quentes do ano, quando a concentração de Symbiodinium diminuiu, voltando a aumentar nos meses mais frios. O marcador para dieta heterotrófica CGA (C20: 1ω9) foi encontrado em amostras de zooplâncton de toda a área de estudo. Em laboratório, colônias sem acesso a zooplâncton apresentaram perda significativa deste marcador após 10 dias. Amostras de colônias naturalmente branqueadas não apresentaram nenhum vestígio dos marcadores de autotrofia SDA (18: 4ω3) e DPA (22: 5ω3), mas continham tanto CGA e DHA (22: 6ω3). Isso confirmou que SDA e DPA são marcadores autotróficos viáveis e CGA é um marcador de heterotrofia. FATM relacionados com autotrofia apresentaram padrão semelhante ao observado para as concentrações de Symbiodinium e foram positivamente correlacionados com a densidade numérica de simbiontes e negativamente com a temperatura. Para explorar os dados de concentração dos FATM, o Índice Trófico de Corais foi desenvolvido para exibir as alternâncias entre modos nutricionais. Mussismilia hispida de fato alterna entre predominância de modo nutritivo ao longo do ano, sendo mais heterotrófica em períodos mais quentes e em condições climáticas adversas, porem na maior parte do ano é predominantemente autotrófica. A validação dos ácidos graxos marcadores tróficos específicos como referência para autotrofia e heterotrofia em corais abre perspectivas para novos estudos em ecologia trófica bêntica em recifes de coral. Este trabalho também inclui o primeiro monitoramento de um ano do comportamento alimentar em um coral hermatípico no Atlântico Sul e o acompanhamento de um evento de branqueamento. |