Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Pinheiro, Patrícia Yvonne Maciel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/4582
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Resumo: |
A micobacteriose pós-cirúrgica (MPC) vem emergindo nos últimos anos no Brasil e no mundo como uma infecção relacionada à assistência a saúde, representando um grave problema de saúde pública. Em 2006, vários casos foram informados à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ). A partir de março daquele ano, teve início um trabalho conjunto dessa Secretaria e do Ministério da Saúde, que definiu diretrizes para a confirmação do surto/epidemia, para o levantamento das causas, para a identificação das espécies do patógeno envolvido e para estabelecer medidas de prevenção e controle. Este estudo teve como objetivo descrever os aspectos clínicos e sociodemográficos dos pacientes atendidos no Serviço de Infectologia do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), Universidade Federal Fluminense, com diagnóstico de MPC no período 2006-2009. Casuística e métodos: De abril de 2006 a junho de 2009 foram atendidos no Serviço de Infectologia do HUAP 125 pacientes encaminhados pela SES/RJ por serem casos suspeitos ou confirmados de micobacteriose não tuberculosa adquirida após procedimentos cirúrgicos. Os pacientes chegaram ao HUAP com a ficha própria de notificação de caso de MPC preenchida com os dados da identificação, do procedimento relacionado à infecção, da abordagem diagnóstica e da terapêutica prévia. O tratamento medicamentoso obedeceu às diretrizes estabelecidas pela SES/RJ e pela Agência Nacional de Saúde. Os dados contidos nestas fichas, bem como outras informações concernentes à evolução clínica, tratamento dispensado no HUAP e resposta terapêutica, foram inseridos em um banco de dados especialmente desenvolvido para a pesquisa. Resultados: A maior parte dos casos de MPC ocorreu em pacientes do sexo feminino (77,6%) e a colecistectomia laparoscópica foi o procedimento cirúrgico mais frequente (48,8%). A média do período de incubação foi de 41 dias e a mediana de 31 dias, O sinal clínico mais comum foi a presença de secreção (86,5%), seguida da de nodulações (65,6%). A maior parte dos casos apresentou lesões superficiais e múltiplas (44,8%). Em 45,6% dos casos foram colhidos suabes e tecido para cultura antes do início do tratamento e a positividade deste material foi de 43,5%, valor significantemente maior que o observado quando a coleta de material foi feita após o início do tratamento (16,7%). O tratamento com três fármacos (claritromicina, etambutol e terizidona) foi feito em 90,4% (113/125) dos pacientes, com duração média de 226 dias e mediana de 229 dias. Foram submetidos a pelo menos uma abordagem cirúrgica 77,6% (97/125) dos casos, principalmente aqueles que apresentavam lesões profundas (44/56). Efeitos adversos foram observados em 62,4% (78/125) dos casos, sendo boca amarga o mais frequente. Conclusão: Apesar do longo tempo de tratamento com múltiplos fármacos, a grande maioria dos pacientes aderiu ao tratamento e evoluiu para a cura sem recidivas |