Características clínicas, radiológicas, análise liquórica e desfecho em pacientes com encefalite infectados pelo Sars-Cov-2 admitidos em hospitais da Rede D'Or São Luiz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rezende, Nathane Braga da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26629
http://dx.doi.org./10.22409/PPGMN.2022.m.13255556732
Resumo: A infecção pelo SARS-CoV-2 é responsável por uma doença com acometimento prioritário das vias respiratórias, porém de envolvimento multissistêmico. Sua alta transmissibilidade e virulência culminaram em uma pandemia, desafiando a produção de conhecimento científico e capacidade assistencial de todo o planeta. Apesar de uma relevante incidência de sintomas neurológicos, a patogênese desses sintomas não está bem definida. Entre eles, alguns pacientes evoluíram com síndromes neurológicas classificadas como encefalites, seja no período peri infeccioso ou no período pós infeccioso. Dessa forma, temos o objetivo de descrever os achados clínicos, radiológicos e de análise liquórica nos casos de encefalite em pacientes infectados pelo SARS-CoV-2. Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, em que foram selecionados pacientes com coleta de líquor e diagnóstico recente de infecção pelo SARS-CoV-2, através de análise de prontuário. Descrevemos seus achados clínicos, radiológicos, liquóricos e de eletroencefalograma. Analisamos o desfecho desses pacientes através de um questionário de auto avaliação. Entre os 135 pacientes analisados, 11 pacientes foram selecionados. A maior parte desses pacientes foi admitido por seus sintomas neurológicos (73%), e em 63% dos casos os sintomas neurológicos ocorreram nos primeiros sete dias de sintomas sistêmicos. Três pacientes apresentaram mais de 25% de acometimento pulmonar avaliado na tomografia de tórax. Na análise liquórica, o achado mais relevante foi a hiperproteinorraquia, enquanto o vírus foi identificado em apenas um dos pacientes. Apenas três pacientes (33%) apresentam ressonância magnética alterada, sem achados similares entre eles. Na análise de desfecho, realizada em média 377 dias depois da alta, apenas dois pacientes se sentiam completamente recuperados. A maior parte (77%) reportou dificuldades na marcha e 66% reportaram dificuldades de memória e concentração. Portanto, a encefalite associada à infecção por SARS-CoV-2 é uma complicação que apesar de rara, traz consequências aos pacientes, mesmo após um ano da enfermidade. No entanto, a fisiopatologia parece estar associada tanto ao processo imunomediado quanto a alguns casos de invasão pelo próprio vírus