Jogos teatrais, gênero e sexualidade na experiência de pessoas surdas em contexto educacional
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
CCSAH
Brasil Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas - CCSAH UFERSA Universidade Federal Rural do Semi-Árido Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Cognição, Tecnologias e Instituições |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://lattes.cnpq.br/3949683219208644 https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/11138 |
Resumo: | A pesquisa que realizamos discute as relações de gênero e sexualidade que emergem nos jogos teatrais construídos por alunas surdas em uma escola de Mossoró/RN. Ao trabalhar com a arte educação e conviver com diferentes circunstâncias referidas ao modo como nossa sociedade acolhe ou segrega as pessoas em virtude de seus diferentes modos de viver o amor e a sexualidade, o autor faz a seguinte pergunta: Como as pessoas surdas entendem e modificam suas percepções sobre as relações de gênero e sexualidade por meio do linguajar e da livre expressão possível nos jogos teatrais? O tema é de grande relevância pessoal, comunitária e científica, diante da dramática e brutalidade que acontecem diariamente em nosso país e mesmo no mundo, quando fortalecemos uma cultura de exclusão e violência, um viver que nega a biologia do amor, constitutiva dos processos de conservação do viver humano. Tomamos como principais intercessores teóricos: Paulo Freire e Augusto Boal para refletir sobre os conceitos de autonomia, liberdade reflexiva e ação no teatro; Humberto Maturana para compreender os movimentos da cognição e da vida cotidiana; e Guacira Lopes Louro, para pensar sobre as relações de gênero e sexualidade no contexto da educação. A metodologia que empregamos foi qualitativa, na forma de pesquisa-intervenção, empregando jogos teatrais, seguindo pistas da metodologia criada por Augusto Boal, o Teatro do Oprimido (TO). O campo empírico da investigação foi a experiência construída com alunas surdas atendidas no Centro Estadual de Capacitação de Educadores e Atendimento ao Surdo (CAS). Realizamos os seguintes procedimentos de pesquisa: a experiência criativa dos jogos teatrais, a escuta sensível de autonarrativas das participantes, a transcrição destas e o desenvolvimento de marcadores da diferença, atentando para o modo de coordenar idéias, emoções, entendimentos, especialmente as inquietudes percebidas e as perguntas que as participantes se colocavam no ato de criação em que trazem seus repertórios humanos, ao se depararem com questões envolvidas no eixo gênero, sexualidade e vida cotidiana. Organizamos encontros para a ativação da escuta sensível que nos permitiu compreender, inspirados na Biologia do Conhecer, mudanças cognitivas relacionadas ao tema da pesquisa. Como aprendizagens e resultados da pesquisa tivemos os movimentos da cognição instaurados nos jogos teatrais, idéias, emoções e modos de compreender a própria sexualidade e as relações de gênero na vida em sociedade. As alunas puderam trazer circunstâncias de silenciamento dos corpos, expressar medos, temores e angústias como emocionares presentes nas cenas do viver e nas imagens teatrais. Ao mesmo tempo, o encontro e a dimensão coletiva do estudo possibilitaram transformações na experiência. Gestos, ideias e emoções nas narrativas foram recorrentes e apontaram para o fortalecimento da autonomia e da liberdade reflexiva, de modo que as emoções se modificaram e as participantes construíram jogos e imagens que configuram inéditos viáveis na experiência da educação. O trabalho traz contribuições para a ciência e nossa vida cotidiana, ao ampliar a reflexão sobre como estamos a construir formas de convivência e aprendizagem nas diferentes circunstâncias nas quais ganham visibilidade a diversidade dos modos de viver o amor e a sexualidade |