Deslizamentos e limiares de pluviosidade: estudo de caso Ribeirão do Peixe, Itabira-MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: SILVA, Igor Henrique Fernandes lattes
Orientador(a): LEAL, Karinne Reis Deusdará lattes
Banca de defesa: COUTO, Eduardo de Aguiar do lattes, NERY, Tulius Dias lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Itajubá
Programa de Pós-Graduação: PPG - Programas de Pós Graduação - Itabira
Departamento: PPG - Programas de Pós Graduação - Itabira
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/4197
Resumo: A maioria dos desastres naturais no Brasil são deflagrados por eventos hidrológicos/climatológicos. O volume de chuvas, associado a alta declividade dos terrenos, e histórico de faixas de ocupações urbanas com infraestrutura precária, tem corroborado para a ocorrência de deslizamentos na bacia do Ribeirão do Peixe, em Itabira na região central de Minas Gerais. Nesse sentido, além de catalogar no tempo e espaço, as ocorrências de deslizamentos entre 1996 e 2022, esta pesquisa teve como objetivo analisar a distribuição de chuvas a fim de inferir correlações de limiares de precipitação que podem ter desencadeado tais eventos geo-hidrológicos. Foram observadas algumas tendências no comportamento da precipitação na bacia. O volume anual de chuva da série 1977-2022 (Estação Conceição) parece estar decrescendo. Já a precipitação máxima em 5 dias consecutivos parece estar aumentando. Contudo exceto para o mês de outubro, praticamente todos os meses não tiveram significância estatística reportada. Dos 263 deslizamentos contabilizados o bairro mais afetado foi o Gabiroba com cerca de 20% das ocorrências. O bairro Madre Maria de Jesus obteve a maior proporção (2,42 Deslizamento/ha). Em relação às unidades de relevo, 86,23 % estão em áreas onduladas ou fortemente ondulados. As unidades geológicas com maior número de ocorrência foram os terrenos graníticos-gnaissicos da suíte Borrachudos seguida pelos Xistos e filitos do Grupo Nova lima. Dos eventos catalogados, 72 deles (27%) foram registradas em dias secos (P<2 mm) e 191 (73%) eventos acima de 2mm. Para no mínimo de 1 deslizamento as médias dos menores intervalos da análise de frequência, foram de 35mm para 48horas, 44mm para 72h, 51mm (96h), 57mm (5d) 66mm (7d) e 76mm (12d). Para 5 deslizamentos ou mais foram de 99 mm para 48horas, 107mm para 72 horas, 133mm (96h), 151mm para 5 dias, 194mm (7 d) e 231mm (12d). Numa perspectiva de tomada de decisão envolvendo sistemas de alerta, os limiares de 48 horas podem representar na prática uma maior previsibilidade. Entretanto quanto a atividades de monitoramento, preparação e resposta à possíveis desastres, pode ser importante a utilização de limiares críticos numa janela temporal um pouco maior, como 7 dias por exemplo. Os produtos aqui gerados poderão subsidiar ações de mitigação de curto prazo (alerta, monitoramento e planos de evacuação) e longo prazo com intuito de compor uma base de dados e informações para tomadas de decisão que auxilie na redução dos riscos a novos deslizamentos.